Turismo de negócios ganha espaço no interior Mineiro
[Por Evento em Foco, 05/02/2012]
Em Ouro Preto, na região Central de Minas, empresários vão investir no turismo de negócios
O turismo de negócios, que era forte apenas na capital mineira, está ganhando espaço no interior do Estado como alternativa para fugir da ociosidade em épocas de baixa temporada. Além de não sofrer tanto com a interferência de sazonalidade quanto o turismo de lazer, essa outra opção atrai um público que gasta, em média, 40% mais do que aqueles que viajam a passeio. Os dados são do Ministério do Turismo.
Entre estratégias dos empresários do setor para atrair hóspedes estão a criação de espaço para eventos e descontos para o segmento corporativo. Há redes investindo pesado na construção de hotéis voltados, principalmente, para esse perfil em diferentes regiões de Minas.
Segundo a presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih), Rafaela Fagundes Vale, o turismo de negócios cresce na mesma proporção da economia do Estado. Na medida em que surgem novas empresas na região, aumentam os encontros de negócios e eventos corporativos nos hotéis. A estimativa da associação é que em 2011 tenha ocorrido um incremento entre 40% e 50% na ocupação voltada para o segmento nos hotéis do Estado.
Rafaela explica que em Belo Horizonte a maior vocação sempre foi para o turismo de negócios, sendo cerca de 75% dos turistas integrantes do público corporativo. Esses números deixam a capital mineira na quinta posição entre as cidades com mais visitantes nesse sentido, perdendo para São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. Porém, em cidades históricas – onde o turismo de lazer impera –, o de negócios está começando a chegar mais fortemente agora.
O principal motivo para o avanço no interior de Minas, segundo Rafaela, é o fato de as viagens voltadas para o trabalho acontecerem em todas as épocas do ano, enquanto as de lazer dependem de folgas, feriados ou férias. Outro fator que torna o público corporativo mais atraente é o fato de eles gastarem mais. A média de gastos por pessoa é de US$ 70,53 no turismo de lazer e de US$ 119,38 no corporativo.
Na Pousada Mirante do Café, na histórica Ouro Preto, atualmente, 80% do faturamento mensal se deve ao turismo de lazer. Mas, a ideia agora é a de ampliar a participação do corporativo, segundo a gerente da pousada Maria Cristina Capanema Gonçalves. O primeiro passo foi a construção de um espaço voltado para eventos.
Agora, estão sendo oferecidos descontos de até 30% para o público corporativo. “A nossa ociosidade durante a semana é muito grande. Acho que consigo aumentar o faturamento consideravelmente conjugando o atendimento aos dois tipos de hóspedes”, afirma.
O grupo Allia Hotels é um dos que vai apostar no turismo de negócios no interior do Estado. O grupo, que existe desde outubro de 2010 e tem cinco hotéis em Minas Gerais, anunciou um investimento de R$ 500 milhões em todo o país até 2014 para a construção de 31 hotéis voltados para o turismo de negócios.
Desses, nove serão em Minas, que ficou com uma fatia de R$ 246 milhões do total investido. Serão quatro em Belo Horizonte, incluindo um cinco estrelas na região da Pampulha. Cidades na Grande BH também receberão investimento, como Betim e Lagoa Santa. Mas, uma das grandes apostas da rede são os hotéis no interior do Estado.
Novos empreendimentos em mais três cidades
Até 2013, a rede terá novos empreendimentos em João Monlevade, Itabira e Ipatinga. Os três somados demandarão um investimento de R$ 49,4 milhões e incrementarão a rede hoteleira com 652 leitos.
“Essas cidades estão em franco crescimento e alta movimentação econômica por causa de empresas instaladas nelas. Escolhemos investir nesses municípios porque sabemos que isso gera forte demanda por leitos de hotéis nessas regiões”, afirma o diretor de marketing da rede, Luiz Fantin.