Geração Millennials e o Turismo. Algumas Perspectivas.
[Por Eduardo Jorge Costa Mielke, Revista Eventos, 13/10/2016]
Em 10.000 anos é a primeira geração nascida 100% na internet. Tem a informação fácil, se relaciona online, mas tem horror em escutar um simples “não”. Mesmo que vivam no seu próprio mundo avatariano, tem convicção que irão ter sucesso e que farão a diferença no mundo. Mas, isto não significa muito esforço. Mimados por natureza, o eu eu eu dá azas ao ego sem criptonita. Se acham mesmo, ao ponto de pedir ao chefe que passe um café, não quer dizer arrogância. Também pudera, né? É só um cafezinho, o que que tem, não é mesmo?
Com 35% da força de trabalho em 2020, informação é o nome desta geração, que de forma geral, não sabe muito o que fazer com ela, porque simplesmente ela está aí. E sabem onde buscá-la, pois quando decidem comprar já chegam dando “aula” ao próprio vendedor. E se informação já não é mais um problema, o que será que resta então para que a sua empresa melhor se posicione?
Experiência. Experiência e Experiência. De produto e de serviço, desde a motivação do consumo, da venda até uso. Tudo gira entorno disto e em detalhes, mas que vai muito além do óbvio. Não é a toa que empreendedores desta geração são responsáveis pela maioria dos bistrôs, micro e pequenos negócios gastronômicos com aquela pegada do local, do artesanal. Dão a letra de que muito provavelmente restaurantes de centenas de lugares só farão parte da história.
Não é a toa que a moda do slow food…actions slow tudo…está aí, dando cada vez mais valor ao “no fake”, que por sua vez dará força a coisas e pessoas locais, que se traduzem em comunidades. Será que trata-se de uma versão slow da globalização? Com certeza, sim. E isto abre inúmeras possibilidades. Não te parece?
No mundo millenials, há pouco espaço para escala ou volume, mesmo porque uma experiência é sempre quase única, não é? Não é a toa que multiplicam-se as ações de marketing dentro da linha brand experience, onde experimentar virou estratégia. Parece que ela flerta com a possiblidade algum tipo de ganho real para o consumidor, muito além daquele óbvio. Ele deixou de ser passivo, e busca interação. Parece que aquela frase pense global e aja local, nunca tenha feito tanto sentido. Mas não como filosofia, mas sim estratégia. Pense nisso.