Turismo criativo surge como alternativa à padronização de serviços
[Por Hôtelier News, 04/12/2013]
Turismo criativo, de experiência ou inovação. São vários os conceitos aplicados na tentativa de tornar o setor nacional mais atrativo e de certa maneira, original. Tais práticas variam em suas aplicações, seja por meio de ações que valorizam os costumes e tradições locais ou com propostas que identificam potenciais pouco explorados nas regiões.
Essa nova abordagem, que implica numa maneira diferente de encarar as opções de destinos e roteiros do País, surge como alternativa para aqueles viajantes interessados em programas fora do padrão seguido por muitas empresas. A escolha pelos pacotes ganhou diversos adeptos entre os brasileiros, principalmente por fatores como preço e comodidade. Prova desse crescimento é que as agências de viagens tiveram elevação de 21,9% no faturamento em 2012, sendo o segundo segmento turístico mais rentável de acordo com pesquisa elaborada pela FVG (Fundação Getúlio Vargas).
Outra vantagem, numa época que o Brasil vê os custos dos serviços, do transporte aéreo e da hospedagem aumentarem progressivamente, é que esses projetos normalmente envolvem valores mais modestos. Isso acontece pois as iniciativas aproveitam as atividades ou estruturas já existentes, promovendo mudanças focadas nas formas de relacionamento entre os visitantes e os destinos. Além de se valer da história e da cultura regionais, um traço comum entre nessa vertente é recuperar aquilo que a OMT utiliza como definição para o produto turístico: o objeto de comercialização que se constitui de elementos e percepções intangíveis, levando o visitante à experienciação.
Ainda recente no segmento brasileiro, o turismo criativo teve seu primeiro encontro nacional em outubro, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Buscando conhecer quais os objetivos e as intenções dos agentes do setor, o Hôtelier News ouviu colaboradores e especialistas para descobrir as maneiras de tornar a área mais interessante sem precisar importar ideias por vezes já esgotadas.
Por Priscilla Haikal
A incorporação do conceito no Brasil
Greg Richards e Crispin Raymond foram os responsáveis por cunhar o termo turismo criativo no ano de 2000. Desde então, tal prática ficou definida como a participação ativa dos visitantes na cultura da comunidade, por meio oficinas interativas e experiências informais de aprendizagem, numa oportunidade de desenvolverem seu potencial criativo. É com base nesse conceito que o secretário de Turismo de Porto Alegre, Luiz Fernando Moraes, deu origem ao programa de atividades realizadas na capital gaúcha. Responsável pela pasta desde 2007, o gestor afirma que a iniciativa veio de uma busca para aumentar a competitividade da cidade.