Multiuso! BRIO planeja até três megaeventos por ano novo Beira-Rio
[Por Terra, 10/06/2013]
Um ano antes da Copa do Mundo, os planos para o novo estádio estão traçados. A ideia é rentabilizar o complexo com captação de pequenos eventos durante o ano. Para megaeventos, como shows, o Beira-Rio seria separado em duas ou três oportunidades anualmente. Essa é a ideia da BRIO, empresa que gerenciará o estádio em parceria com o Colorado.
Em dias de jogos, o Inter terá direito a 43 dos 55 mil lugares do estádio. Será de administração do clube o que será feito com os sócios e que local eles terão de ocupar. A questão está sendo discutida pela Comissão de Obras do Internacional, cujo responsável é Max Carlomagno.
A BRIO entende que a comercialização dos camarotes, skyboxes e outros espaços podem ser vendidos já neste ano. Mas o presidente da empresa, Marcelo Flores, admitiu que, como o negócio é novo no mercado, pode haver um tempo de maturação.
Em um estado onde a rivalidade é grande, Flores não crê que isto possa impedir tanto o Inter quanto o Grêmio de conseguir bons parceiros na venda dos naming rights. A previsão é de um montante semelhante ao que vem sendo investido por empresas no mercado – a principal delas a Itaipava, com a Fonte Nova e a Arena Pernambuco.
Confira abaixo entrevista exclusiva com o comandante da empresa que gerenciará o estádio em parceria com o Colorado.
BATE-BOLA
Marcelo Flores
Presidente da BRIO, empresa que gerenciará o Beira-Rio em parceria com o Internacional
1) Pensando na gestão do estádio pós-Copa, que tipo de eventos, sejam de quaisquer magnitude, podem ser feitos no local e como manter a agenda cheia? Shows sempre são citados, mas não fica difícil manter uma periodicidade?
Poderemos fazer eventos de todos os tamanhos, pois além do sunset beira-rio (segundo piso do edifício garagem-esplanada), teremos ainda o terceiro piso do edifício garagem, há o gigantinho no complexo e o próprio estádio. Assim, há possibilidade de se fazer pocket shows, para menos de 100 pessoas, até um show para mais de 50 mil pessoas. Quanto à periodicidade, para os shows menores não há problemas, pois podem ser contratados diretamente. Já os grande shows internacionais dependem da turnê estar passando pelo brasil, então estimamos em 2 a 3 mega eventos por ano.
2) Como o senhor prevê os primeiros meses após a copa em termos de injeção de receitas?
Na verdade os camarotes, skyboxes, cadeiras vips, lojas, etc… Serão colocados no mercado ainda em 2013, então estas receitas deverão ser contratadas antes mesmo da copa. O que pode mudar sensivelmente é a parte de patrocínios e publicidade, dada a exposição internacional que o beira-rio receberá.
3) Existe algum tipo de prazo para que o Beira-Rio comece a dar lucro, já que é um negócio novo e talvez o mercado demore a se adaptar?
Como todo negócio, este também tem um período de maturação. Sem dúvida que a adaptação do mercado é um fator, mas não deve influenciar sobremaneira a nossa projeção de receitas.
4) O que o Senhor poderia adiantar das áreas que serão comercializadas do estádio, como as 44 lojas térreas. Já há interessados, um encaminhamento neste tipo de situação?
O open mall (é assim que chamaremos o shopping) terá um mix de lojas direcionadas aos serviços, entretenimento e gastronomia, pois queremos transformar o complexo beira-rio em um grande centro de convergência do público gaúcho, com produtos e serviços que complementem o polo de entretenimento que será o complexo. Nos próximos dois meses estaremos fechando a parte estratégica deste parte do projeto, para que iniciemos as vendas.
5) Quanto o senhor crê que seja possível recolher com a venda do namingright do estádio e como o Senhor vê esse negócio?
Os valores que esperamos captar para o beira-rio não devem ser muito diferentes daqueles valores já fechados em outras arenas do país. O benchmark é este, e certamente ele servirá de parâmetro para negociações em outras arenas e estádios do país, incluindo no beira-rio.
6) A rivalidade pode ajudar (uma parceria com o Grêmio, por exemplo, para buscar empresas também “rivais” no mercado para a compra do namig right) ou mais atrapalha (medo de investir em apenas um clube)?
Não creio que a rivalidade tenha algum papel na prospecção dos naming rights. A questão de medo de investir em apenas um clube não é algo que, no nosso entendimento, possa afetar o negócio, pois cremos que apenas parte do folclore popular. Não esqueçamos que até certo tempo atrás, os patrocinadores dos dois clubes da capital eram sempre diferentes, e isto, no meu entender, nunca causou constrangimento a nenhuma das marcas patrocinadoras do internacional ou do rival.
7) A parceria prevê que a brio fique com as receitas novas do estádio crreto? A renda continua para o clube?
Não exatamente. A brio fará a gestão das áreas vips, alimentos e bebidas, eventos, publicidade, lojas, edifício garagem. O internacional continuará explorando suas propriedades na camisa, em outros ativos do clube. Além disso, o clube controlará diretamente mais de 43 mil ingressos, dos 50 mil que estarão disponíveis para cada jogo, e fará a gestão do estádio, que é de sua propriedade.
8) Me estendo para a situação do sócio, já que há um montante significativo de associados que tem “entrada liberada”. O clube terá dearcar com algum valor anual/mensal para manter esse direito ao torcedor?
O Internacional, como o clube do povo, deverá ter ingressos mais acessíveis para que seus sócios e torcedores possam, sempre, ir ao estádio. Não creio em elitização, e sim na busca de torcedores que, historicamente, não vão à estádios pela falta de conforto, segurança, infraestrutura. Ou seja, com as novas arenas e estádio do país, resgataremos ao estádio um público que, apesar de ter condições econômicas de ir ao estádio, preferia ficar em casa vendo pelo pay-per-view. O torcedor habitual será premiado com novas instalações, segurança, conforto, acessibilidade. Quer dizer, é uma situação ganha-ganha para todos