Para empresários, aeroportos e burocracia são principais problemas para Copa e Olimpíadas
[Por R7, 29/04/2013]
A complexidade da preparação do Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 foi o foco da mesa de debates que aconteceu nesta segunda-feira (29) no 12º Fórum de Comandatuba, encontro de empresários e políticos que acontece desde sábado (27) no litoral da Bahia.
Dois problemas estiveram presentes ao longo de quase toda a discussão: a falta de estrutura dos aeroportos e o excesso de burocracia para a realização de projetos. Esses pontos foram levantados por representantes das inciativas privada e pública.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos primeiros a discursar, disse que a burocracia trava o desenvolvimento do País e se comprometeu a trabalhar para facilitar a atividade das empresas.
— No dia a dia, a burocracia é devastadora. Custe o que custar, o Congresso Nacional irá se tornar um ambiente facilitador para a atividade empresarial.
A necessidade de modernização dos aeroportos também foi consenso nas discussões. O empresário João Dória Jr, presidente do Lide (Líder de Grupos Empresariais), disse que o Brasil vive um “caos” nesse setor e chegou a comparar o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Rio de Janeiro, a um “lixão”.
— Nós estamos beirando o caos no caso dos aeroportos aqui no Brasil e, infelizmente, isso vai ser o grande gargalo na Copa do Mundo. Já vai ser agora na Copa das Confederações e, se não andarmos muito rápido, será também nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Também fizeram parte da mesa de debates o ministro do Esporte Aldo Rebelo (PCdoB), governadores, ex-atletas e empresários. O ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, foi convidado para participar do Fórum, mas não compareceu.
Aldo Rebelo
O ministro Aldo Rebelo citou, durante o debate, estudos que apontam que Copa e as Olimpíadas podem gerar, juntas, 3,6 milhões de empregos e rebateu a crítica de que os estádios que estão sendo construídos serão “elefantes brancos”, que perderão sua utilidade depois dos eventos.
— Os estádios não são programados apenas ao futebol, são multiuso. Em Natal, por exemplo, o estádio tem uma parte com estrutura temporária, depois se transforma em lojas, escritórios, áreas de convenções, de eventos esportivos e não esportivos. Inclusive, essas áreas já estão sendo comercializadas com muito sucesso.
Em resposta a uma pergunta da plateia, o ministro também afirmou que o Brasil está se preparando para evitar eventuais ataques terroristas durante os eventos. De acordo com ele, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) vai trabalhar em cooperação com órgãos de inteligência internacionais para minimizar os riscos.
Prêmio
O Fórum de Comandatuba é promovido pelo Lide, organização que reúne empresários responsáveis por 51% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Além da mesa de debates, o evento também inclui uma premiação aos empresários que se destacaram no ano. Na noite de domingo (28), nove líderes receberam o Prêmio LIDE 2013, em um evento que contou com a presença do vice-presidente da República, Michel Temer.
Para Walter Zagari, vice-presidente comercial da Record, empresa parceira do Fórum, o encontro é relevante por reunir os principais nomes da inciativa privada do País e por abordar os grandes temas do debate nacional.