Rock in Rio não contratará catadores de recicláveis para o evento
[Rádio Agência Nacional, 15/09/2017]
A Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública do Estado do Rio emitiram uma recomendação conjunta para que a organização do Rock in Rio contrate imediatamente redes de catadores de material reciclável para atuarem na Cidade do Rock, a exemplo do que ocorreu nas Olimpíadas.
Apesar da notificação, as redes de catadores, que já vinham tentando negociar o trabalho com a organização do evento, receberam a informação de que a contratação não vai ser possível.
A solução encontrada, em diálogo com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, a Comlurb, foi que a própria companhia recolha o material e leve até os locais informados pelas redes de catadores.
Claudete Costa, representante do Rio de Janeiro no Movimento Nacional dos Catadores de Material Reciclável, lamentou a recusa da organização do Rock in Rio.
Nas Olimpíadas, um acordo que envolveu o Comitê Olímpico e órgãos públicos, catadores e catadoras foram contratados por um diária de R$ 90, com o estabelecimento de carga horária, além de benefícios como vale transporte e alimentação.
O defensor público federal Claudio Luiz dos Santos, coordenador do Grupo de Trabalho Catadores e Catadoras da Defensoria Pública, explica que a notificação à organização do Rock in Rio está de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida em lei.
A recomendação foi dirigida também ao município do Rio, à Empresa Municipal de Turism (Riotur), à Comlurb, e à Liga Independente das Escolas de Samba, para que se contrate os catadores e catadoras no Carnaval de 2018.
A organização do Rock in Rio foi procurada via assessoria de imprensa para responder sobre a recomendação mas não retornou o contato até o fechamento desta reportagem.
A Comlurb confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que vai levar o material reciclável recolhido na Cidade do Rock até as cooperativas cadastradas na companhia.