Após polêmica, Sebrae suspende convênio com Airbnb
[Mercado e Eventos, 03/08/2017]
O presidente da ABIH Nacional, Dilson Fonseca, se reuniu com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, para discutir o teor de um convênio firmado entre o órgão e o Airbnb. Ao final, ficou definido pela suspenção temporária do convênio para que o Sebrae se aprofunde no tema.
“O convênio gerou uma grande repercussão em função do momento atual, porque existe um choque do mundo digital às economias digitais”, afirmou Domingos. “Resolvemos, de comum acordo, suspender o convênio por enquanto para aprofundar o tema e apoiar o setor hoteleiro, que sempre foi um grande aliado do Sebrae”, complementou.
Domingos ressaltou ainda, que vê o Sebrae com um papel muito importante neste atrito entre as plataformas digitais e a economia tradicional. “Teremos um papel de ajudar na conciliação desses dois mundos, porque o que é desruptivo não pode ser destrutivo”, explicou.
“A discussão foi muito lúcida e esclarecedora, tentando construir um futuro melhor para o turismo no Brasil. Agradecemos a oportunidade”, declarou Fonseca. “Nasce aqui a necessidade de estarmos cada vez mais juntos para melhorar o ambiente de negócios, principalmente, para a indústria hoteleira e para o turismo brasileiro”, concluiu o presidente do Sebrae.
No dia 1º de agosto, a ABIH publicou uma nota de repúdio ao convênio firmado entre o Sebrae Nacional e o Airbnb. De acordo com Dilson Jatahy Fonseca Júnior, presidente nacional da entidade, o convenio ignora completamente a ilegalidade da operação da plataforma no Brasil e firma uma parceria pública com uma empresa que não contribui formalmente com o crescimento do país.
“O objeto do convênio, fomentar pequenos negócios ao entorno dos quartos vendidos pela plataforma, mascara uma ilegalidade. Há uma enorme contradição nessa parceria, já que essas plataformas não são regulamentadas e prejudicam, principalmente, as menores empresas, que já não suportam o impacto da alta carga tributária praticadas no país e agora ainda terão que concorrer com empresas que não têm os mesmos custos. Essa plataforma é localizada fora do país, onde a carga tributária é menor, por isso conseguem praticar preços que são absolutamente fora da realidade brasileira, principalmente, devido aos altos impostos pagos pelas empresas nacionais”, afirmou.