Chegou 2017, qual o cenário do Mercado do Turismo?
[Por Luigi Rotunno, Mercado e Eventos, 03/01/2017]
Pela terceira vez consecutiva iniciamos o novo ano com o pé esquerdo. As notícias de crise econômica, corrupção política, desemprego e principalmente falta de perspectivas positivas fazem as manchetes dos noticiários. Um elemento suplementar para agravar a situação deste 2017 é a falta de verbas dos governos estaduais e municipais acostumados a um modelo de assistencialismo federal. Isso tudo afeta nosso bem mais valioso, o viajante.
Medidas urgentes
O Ministério do Turismo vai ter um papel predominante neste momento, ele pode agilizar medidas importantes tais como a nova Lei Geral do Turismo, regulamentar os mercados de alugueis de temporadas e similares, mas, principalmente, exercer o papel de liderança na economia do turismo mostrando que a “casa tem dono”. As danças das cadeiras dos últimos anos no Ministério do Turismo foram negativas para indústria da viagem.
Crise de confiança
O mercado do consumo está diretamente ligado a uma questão de confiança no cenário futuro das famílias brasileiras. O turismo sofre queda de público quando esse índice está em queda. Em um momento onde todas as indústrias estão extremamente competitivas o turismo deve preocupar-se em manter um consumo de desejo e bem-estar para o viajante, pois a concorrência vem de todo lado. Não falo de outros destinos turísticos, mas sim de outras opções de compras tais como: geladeira, televisão, smartphone etc.
A força das entidades
É a vez das entidades representativas do setor do turismo, tais como: ABIH, FOHB, ABR, ABEAR, FBHA, CEVEC e todas as outras juntas, mostrar a capacidade de liderança de seus associados, defender e propor as mudanças necessárias. Esse pilar do associativismo vai ser determinante na recuperação econômica do turismo, pois as entidades trazem uma visão de mercado imediata e real da situação. Com pouco vínculo político, as associações são mais rápidas na tomada de decisões e mostram o caminho aos políticos que devem, neste momento, prestar atenção e apoiar os representantes das iniciativas privadas. Parcerias transparentes entre público e privado são imprescindíveis, na atual situação, especialmente em um cenário que demonstrou o quanto isso é difícil, como nos casos de “caixa dois”.
Menos papo e mais decisões
O mercado mudou de forma abrupta e virou rápido demais sem que ninguém percebesse. Basta pensar nas economias disruptivas que fidelizaram milhares de clientes antes mesmo de ter recebido o alvará de funcionamento. Assusta? Pelo menos, deveria! Pois o nosso sistema administrativo que garante a boa gestão de nossa sociedade não comporta tais “chacoalhadas” e pode ser desestabilizado, levando à falência centenas de empresas existentes e até consolidadas. Não podem ser tolerados comportamentos fora da lei. Entretanto esse cenário acelerado nos ensina que devemos falar menos e agir mais, tomar mais decisões menos comprometedoras e testá-las no mercado. Evitar investimentos altos em projetos que depois terminam nas gavetas e ousar avançar passo a passo em pequenas iniciativas que podem nos levar longe.
Metas escaláveis
Metas de curto prazo são privilegiadas neste momento. Não devem ser esquecidas as de médio e longo prazo, inclusive devem seguir a mesma linha de coerência, porém não se pode esperar demais para buscar resultados, portanto, o curto prazo é atualmente o planejamento necessário. Costumo defender a tese: “faz com o que você tem”, sonhar com o impossível não vai trazer resultados e pode gerar uma crise de liderança no seu comportamento que vai desestimular sua empresa ou o mercado.