Anhembi: Dados do SPTuris contrariam promessa de Doria
[Por Panrotas, 13/10/2016]
O presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Alcino Reis Rocha, forneceu dados à Folha de S.Paulo que contrariam os números utilizados pelo prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), para justificar a privatização do complexo do Anhembi, do estádio do Pacaembu e do autódromo de Interlagos. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, Rocha esclareceu apenas as informações divulgadas pelo prefeito eleito em relação à origem dos recursos para manutenção do dos espaços, que são custeados pela SPTuris e não pela Prefeitura de São Paulo.
Recentemente, Doria disse que a cidade poderia economizar R$ 600 milhões em quatro anos caso entregasse essas três construções à iniciativa privada. Rocha, no entanto, apontou que o município só repassa dinheiro para a manutenção do Pacaembu. De acordo com ele, tanto o autódromo quanto o Anhembi são sustentados com a receita da própria SPTuris, sem o capital do tesouro municipal.
Isso significa que gastos com manutenção e folha de pagamento são desembolsados pela São Paulo Turismo a partir da renda obtida com locações de espaços e prestação de serviços. Ainda segundo Rocha, o único dinheiro entregue à SPTuris está vinculado ao pagamento de eventos principais, tais como Réveillon, Virada Cultura e Parada Gay. “Não geraria economia porque a prefeitura já não gasta com isso”, pontuou.
CONTRADIÇÕES
Conforme a conta divulgada pelo tucano, o Pacaembu custou por volta de R$ 4,6 milhões para a capital paulista em 2015, ou seja, a estimativa para os próximos quatro anos – somando o custo de 2016 – chegaria ao valor de R$ 18,4 milhões. A diferença entre o valor de João Doria e esse cálculo é de R$ 581,6 milhões.
Rocha lembrou que, mesmo se a conta levasse em consideração a demanda de manutenção de Interlagos e do Anhembi, os números não bateriam. Em quatro ano, a manutenção e a folha de pagamento do autódromo necessitam em média de R$ 32 milhões. Enquanto isso, o sambódromo custa algo em torno de R$ 452 milhões. Adicionados ao gasto do Pacaembu (R$ 18,4 milhões), o valor para a prefeitura custear os espaços que Doria pretende privatizar é de R$ 502,4 milhões, isto é, inferior aos R$ 600 milhões defendidos pelo tucano.