Mobilização público-privada quer reforçar a promoção do Rio de Janeiro como destino turístico
[Por In Press Porter Novelli, 19/11/2015]
A importância da mobilização dos governos federal, estadual e municipal na busca de recursos em parceria público-privada para transformar o Rio de Janeiro em um dos principais destinos turísticos do mundo é imprescindível para o futuro do setor após os Jogos Olímpicos de 2016. Esta foi a conclusão dos debates do 1º Encontro Novos Desafios do Turismo no Rio, que aconteceu nos dias 17 e 18/11 no Museu Histórico Nacional. No encontro, autoridades, especialistas e empresas do setor avaliaram as perspectivas futuras do turismo na Cidade Maravilhosa.
A conferência de abertura, proferida por Marcelo Haddad, da Rio Negócios discorreu sobre a nova cidade do Rio de Janeiro, as mudanças na infraestrutura, nos serviços e na paisagem. Na ocasião, Haddad falou sobre importantes iniciativas para o crescimento do turismo na cidade: a interação com benchmarks internacionais; o engajamento de empresas para co-financiar projetos de estratégia e promoção pós-2016; a definição de posicionamento estratégico da cidade e mercados-alvo; a transformação do aeroporto do Galeão como hub nacional; a definição da Barra da Tijuca como polo turístico e a atração e promoção de eventos globais relevantes.
O debate sobre a porta de chegada ao Rio – o Aeroporto do Galeão – ficou por conta de Marcello Varella, diretor de desenvolvimento estratégico do Rio Galeão; Delmo Pinho, subsecretário do Estado de Transportes do Rio de Janeiro; e Dilson Verçosa, diretor da American Airlines, que discutiram o fato de a questão aeroportuária no Brasil estar ligada não só à qualidade e infraestrutura dos aeroportos como aos esforços das companhias aéreas. Delmo Pinho, definiu o Galeão como único aeroporto planejado para ser um hub, escolhido pela localização e por ser o melhor sítio aeroportuário do país. Já Varella afirmou que o Galeão não está pronto apenas para receber o turismo, mas para movimentar o setor e trazer mais turistas direto para o Rio.
Já A nova oferta hoteleira, trouxe à discussão o novo cenário do número de quartos na cidade que, até março de 2016, vai oferecer 52 mil unidades para o turismo. Para isso, Paulo Michel e Gérard Bourgeaiseau (ABIH), Felipe Gomes (BHG), Ricardo Mader (Jones Lang) e Paulo Mendonça (Tozzini Freire) levantaram aspectos importantes sobre a continuidade da ocupação pós-Jogos, como um calendário de eventos internacionais, a comunicação do destino e uma análise do que cidades como Londres e Paris fazem para a manutenção de seus destinos no mundo.
Rio, a cidade dos eventos – novos espaços e possibilidades reuniu além do presidente do Rio Convention & Visitors Bureau, Michel Nagy, representantes da Rio Eventos, IMM Esporte e Entretenimento, GL events, Associação Brasileira de Empresas de Eventos e BR Marinas. Todos foram unânimes na aposta de criação de uma agenda contínua de eventos internacionais que, certamente, vão movimentar e incrementar o turismo no Rio de Janeiro. Para o grupo, a cidade precisa oferecer incentivos para trazer eventos que já foram cariocas e foram para outros locais, além de criar novos eventos para sediarmos internacionalmente.
A apresentação do Case Perú-Lima por José Luiz da Cunha, do Lima Convention & Visitors Bureau, contou com os debatedores Jean-Philippe Pérol (Atout-France), Armando Strozenberg (Havas Worldwile) e o jornalista Pedro Dória. Cunha explicou que o trabalho realizado com a imagem do país e da capital refletiram a soma de valores e a reputação do destino, aumentando a competitividade e o turismo no país. Assim como Paris, Salzburgo, Dublin, Nova York, Cidade do México e Amsterdã, o Perú construiu uma identidade através de um plano estratégico que tinha, entre outros incrementos, um fundo de promoção do destino. O investimento no turismo peruano é de aproximadamente US$ 60 milhões/ano, numa iniciativa público-privada que em pouco tempo já se apresenta com um marketing de sucesso.
Walter Patriani, superintendente da CVC, fez um panorama da promoção e comercialização do Rio como destino. “O Rio ainda é uma das cidades mais vendidas pela empresa. Vamos trabalhar ainda mais para que o destino seja o primeiro em comercialização entre os brasileiros”.
O painel O turismo no Brasil e no Rio de Janeiro depois de 2016, debatido pelo presidente da Embratur Vinicius Lummertz, pelo secretário estadual de Turismo Nilo Sérgio Félix e pelo secretário municipal de Turismo Antônio Pedro Figueira de Mello foi a última sessão e apresentou um panorama sobre infraestrutura, aeroporto, rede hoteleira, ofertas culturais, grandes eventos, imagem e comercialização do destino.
Vinicius Lummertz falou sobre as bases para uma aceleração do Turismo no Rio de Janeiro: “Elas já estão colocadas, mas é preciso se utilizar da inteligência competitiva. As benfeitorias estruturais e o momento atual abrem a oportunidade para diversificar a cidade como destino turístico, garantindo sustentabilidade do segmento”. O presidente da Embratur destacou que o Rio tem uma tarefa desafiadora: a de integrar e moldar uma imagem diferenciada e humanizada da Barra da Tijuca. “O legado olímpico, tanto na infraestrutura de mobilidade quanto na dos parques esportivos, estará lá, depois de 2016, bem como os grandes hotéis nas largas avenidas. O importante, então, será buscar soluções inovadoras para multiplicar esse potencial”.
Para Marcelo Conde, um dos organizadores do evento, Marcelo Conde, a primeira edição do Encontro Novos Desafios do Turismo no Rio teve êxito. “Além de contar com o apoio do trade, levantamos discussões importantes que, acredito, serão implementadas com uma parceria da inciativa público-privada para levar o Rio a sua posição de destaque. Além do encontro, o projeto também conta com a exposição “Rio de Janeiro como Destino – Cartazes de viagem, 1910-1970 Coleção Berardo” e o seminário História, Viagem e Turismo, que reuniu especialistas como o escritor Ruy Castro; Alastair Duncan e Emmanuel Bréon.