Após dois dias de debates, 2º Congresso de Live Marketing atinge objetivos e traz novos desafios
Com objetivos atingidos e discussões que vão gerar novos trabalhos, terminou na noite de ontem o 2º Congresso Brasileiro de Live Marketing, realizado no Centro de Convenções Rebouças, na capital paulista. O evento começou na última segunda-feira e reuniu centenas de profissionais da comunicação, entre agências, clientes e fornecedores em busca do desenvolvimento desse mercado, que tem se mostrado em constante expansão. O encerramento das atividades foi marcado pela cerimônia do 15º AMPRO Globes Awards, que premia as melhores campanhas, profissionais e fornecedores do Live Marketing no Brasil.
A Olimpíada como uma oportunidade para reinventar sob o ponto de vista de legados e aprendizagem foi um dos destaques do último dia. O assunto, que já integra projetos de pequenas e grandes empresas, e será reforçado a partir do próximo mês, foi abordado no Painel Olímpico: Live, Life, Legacy. Para tratar do tema foram convidados o diretor de Planejamento da Momentum, Rodrigo Coelho e o CEO da Gael, Gaetano Lops. O presidente da Agência Tudo, Mauricio Magalhães comandou os trabalhos.
“Será uma oportunidade para as marcas contribuírem, fazerem diferença e serem reconhecidas pelo público. Nesses jogos, vamos viver uma das coisas mais importantes que as marcas estão aprendendo, o poder do Real Time Marketing, da reação ao vivo”, destacou Coelho.
Já Lops falou sobre a necessidade de planejamento para as empresas que ainda desejam participar do maior evento esportivo mundial. “Pra quem já está envolvido com o esporte, a hora é essa. Quem não fez, é a chance de começar. Mas, se for pensar nos jogos que acontecem daqui um ano e depois esquecer, não adianta. É uma história para ficar. Sei quando uma marca fala superficialmente comigo ou profundamente. Essa é a grande diferença para esse tema”, afirmou.
Em seguida, foram apresentados novos dados do segmento de Live Marketing no Brasil pelo analista da Lafis Consultoria, Alexandre Franco, durante o Comitê de Pesquisa e Evolução do Mercado. Ao todo, foram ouvidas 200 agências, maioria da região Sudeste. O resultado trouxe números relevantes, como o faturamento anual, de até R$ 5 milhões para pelo menos a metade das cercas de 3 mil agências especializadas no país. As entrevistas trouxeram ainda como resultado a predominância de empresas grandes como clientes (64%) e as ativações da marca como o principal trabalho realizado pelas agências (93%), seguido pelos eventos (92%) e promoções (88%). “O Live ainda tem muito espaço para crescer”, mencionou Franco, diante das conclusões.
O diretor da Central Globo de Desenvolvimento Comercial, Carlos Henrique Nascimento, incrementou o comitê ao falar sobre oportunidades de negócio e a reestruturação da empresa para integrar novos projetos voltados ao Live Marketing. “Muitas vezes, no ambiente do Live Marketing, o veículo não é totalmente compreendido em termos de função. Estamos aqui para construir e fazer história. Para ter resultado é preciso emoção, execução e planejamento”, disse o executivo.
O encerramento do comitê foi marcado por um debate com outros profissionais, como Denise de Cássia, da Agência 96, o presidente do Grupo Atendimento, Marcio Oliveira e o sócio-presidente da Avantgard, Luiz Arruda. Foram abordadas diferentes questões, entre elas Tecnologias e Gestores de Negócios. Um dos questionamentos feitos foi sobre a necessidade de mudança do Live Marketing. “Live já é sinal dessa renovação que o marketing precisa. O marketing tem a chance de quebrar um pouco das barreiras entre os diferentes fornecedores e é ele que dita o ritmo para que a coisa seja Live”, opinou Oliveira. “O Live complementa, não substitui”, completou Denise.
Para mostrar a força do Live Marketing em todo o País, foram apresentadas peculiaridades do mercado fora das grandes capitais no Painel Regionalização, logo após o almoço. De acordo com Alexa Carvalho, VP de Desenvolvimento Regional da AMPRO, a ideia foi mostrar que existem agências e profissionais capacitados no país inteiro, principalmente, porque a Entidade vem fazendo um trabalho de potencialização desses mercados, melhorando a qualificação da mão de obra, os profissionais e os fornecedores que abastecem o negócio, levando mais conhecimento. “E a gente sabe que está no caminho certo”, destacou.
Elaine Moro Costa, diretora regional da AMPRO PR/SC também acredita na evolução do mercado fora das grandes capitais. “A gente como regional está pronta para receber grandes agências, pensar estrategicamente com vocês. Temos bons profissionais”. Também apresentaram seus pontos de vista Juliana Ottoni, diretora adjunta da AMPRO Centro-Oeste, Milton Santana, presidente da AMPRO Nordeste, Roberto Rimoli, diretor regional da AMPRO RS, Marcio Vianna, diretor associado da AMPRO Nordeste, e Tony Coelho, diretor regional da AMPRO RJ. “Somos fundamentais no processo de inteligência, porque entendemos a peculiaridade de cada região”, mencionou Juliana.
Antes dos últimos debates, o diretor de normas da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Sidney Oliveira, falou sobre o novo modelo de licitação para o setor de Live Marketing, que vem sendo trabalhado. O formato em desenvolvimento foi uma conquista da AMPRO, já que até então as licitações estavam baseadas apenas no preço. Habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira estão, por exemplo, entre as exigências legais para participar da concorrência para um trabalho.
O debate seguinte envolveu o mercado de Trade Marketing com a participação de profissionais renomados. Subiram ao palco sob a coordenação de Ana Paula Andrade, a Retrail Trade Marketing Manager da Dell, Carolina Loyo, o gerente de Marketing da Cisco, Mauricio Portela, o diretor de Marketing da JBS, Marcelo Dias, a gerente de Marketing da FNAC, Mariana Manita e o doutor em marketing pela Fundação Getúlio Vargas e pela ESPN, Henrique de Campos Junior.
Alguns dados embasaram as apresentações e mostraram a importância desse segmento, como o faturamento anual de R$12 bilhões e o fato de 25% das agências de Live Marketing trabalharem efetivamente com Trade Marketing na especialidade. “O canal ponto de venda continua responsável por 70% das vendas, apesar do crescimento da plataforma digital. A chegada, descoberta e decisão acontecem no ponto de venda”, disse Portella. Não é a toa que a Dell precisou voltar ao mercado de varejo ao perceber que estava perdendo vendas, conforme apresentou Carolina. Foi necessária uma mudança de estratégia, cujo resultado foi positivo.
Para fechar as atividades, o sócio-diretor da Gouveia e Souza, Luiz Alberto Marinho, apresentou a palestra O Futuro do Varejo, mostrando o novo perfil do consumidor, que ficou mais exigente e com mais poder em relação ao passado. Hoje, apontou o especialista, o consumidor tem opção e informação e não quer mais comprar algo que não é exatamente o que ele busca.
“O consumidor está começando a controlar o processo. Está se transformando no maximizer, não se satisfaz com o que é bom, quer o melhor. Ele sabe que há marcas demais querendo a preferência dele”.
O encerramento do evento foi feito pelo presidente da AMPRO, Kito Mansano, que considerou o Congresso “desafiador”. “Tenho orgulho por atingir os objetivos. O Congresso trouxe discussões interessantes que vão gerar trabalhos significativos para dar continuidade ao que temos desenvolvido no nosso mercado”, ressaltou.
O conteúdo do 2º Congresso Brasileiro de Live Marketing estará disponível no site do evento – www.congressolivemarketing.
Mercado
O mercado de Live Marketing, ou “marketing vivo”, está entre os que mais vêm apresentando crescimento nos últimos dez anos. De acordo com estimativas da AMPRO, o setor, que engloba diversas ferramentas nas áreas de Promoção, Merchandising, Eventos, Incentivo e Digital, movimentou perto de R$ 45 bilhões em 2014, com crescimento aproximado de 6% e perspectiva de mais 6% em 2015.
Definido pelas atividades de marketing que proporcionam interlocução viva entre marcas e pessoas, o Live Marketing estimula e provoca, por meio de experiências sensoriais, as sensações sinestésicas, sejam elas táteis, olfativas, gustativas, visuais, auditivas ou correlacionadas. Promove as melhores experiências de marca que qualquer outra atividade de marketing pode proporcionar e gera o maior engajamento nas pessoas. É o Branding vivo e em cores.
Vídeo produzido pela Ampro – A Força do Live Mkt no Brasil