Segmento Hoteleiro pega fogo
[InfoMoney , 13/11/2014]
A nova disposição de investidores para o segmento hoteleiro, que vem sendo noticiada pelos meios de comunicação, obedece a um quase religioso mantra matemático que há anos define o interesse mais acentuado por determinados segmentos e mercados que apresentam demanda crescente e superior à oferta limitada.
É fato de que o turismo de negócios no Brasil cresceu – e muito! – nos últimos anos, assim como o turismo internacional, que vem apresentando resultados cada vez positivos, ano após ano. Na ponta hoteleira, também cresceram o número de hotéis para absorver essa crescente demanda.
Um crescimento natural, básico, da ordem de 5% ao ano, faz com que, apenas para manter a taxa média de ocupação atual dos hotéis no Rio e em São Paulo, haja demanda de 25 novos empreendimentos todos os próximos anos, no módulo de 150 unidades por hotel.
Sob um novo contexto pré e pós olímpico, adicionado a um provável retorno à rota de crescimento econômico, podemos pensar em um crescimento de demanda ainda superior nos próximos 20 anos. Cabe aqui a comparação entre o estado americano da Flórida, que recebe anualmente cerca de 90 milhões de turistas, e o Brasil, com 6 milhões de visitantes apenas.
Mantidas as conquistas no campo da segurança, retomando o ritmo padrão de crescimento econômico e qualificando melhor nossa mão-de-obra, podemos caminhar no sentido de dar início à construção de um ambiente adequado para o crescimento sustentável dessa atividade no Brasil.
Imaginem se o Rio de Janeiro entrar de fato para o rol dos locais com tratados bilaterais de não bi-tributação, possibilitando que pessoas por todo o mundo possam escolher o Rio para transferir o seu domicílio fiscal, como fizeram a Inglaterra e Portugal mais recentemente. Seria um ambiente verdadeiramente imbatível, capaz de fazer inveja ao Principado de Mônaco e ao Ducado de Luxemburgo.
Três centrais de energia nuclear, quase 90% do petróleo brasileiro, entre outros requisitos básicos para a candidatura a um verdadeiro emirado, tudo emoldurado por essa luz e essa paisagem quase mística, seria a melhor chance que o Estado brasileiro tem para mudar a percepção do mundo.Alguns defensores do Rio ainda discutem ou lamentam a perda do status de capital federal, acontecimento que de fato marcou a nossa história, mas que já aconteceu há quase 45 anos! Para eles e para todos nós, é importante ressaltar que estamos diante de uma oportunidade única de buscar algo muito maior. Com todos os eventos de alcance mundial, recursos, investimentos e possibilidades , o Rio tem tudo para ocupar uma posição de protagonismo que vai muito além das nossas fronteiras territoriais.