Jeanine critica comunicação e promoção de destinos
[Panrotas, 12/11/2014]
Ex-presidente da Embratur e diretora da consultoria Pires e Associados, Jeanine Pires ministrou esta tarde a palestra “A década do turismo brasileiro: legados e desafios”, na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no Rio de Janeiro.
Autora do blog MKTDestinos aqui no Portal PANROTAS, ela citou dados relativos à performance do turismo nacional no últimos anos, como as receitas geradas pelo setor (US$ 3,4 bilhões em 2004 e pouco mais de US$ 6 bilhões em 2013) e a quantidade de turistas internacionais recebidos pelo Brasil (4,8 milhões há uma década e 5,8 milhões no ano passado). “Nós crescemos mais do que a média mundial em termos de receita, mas ficamos abaixo em volume. Este ano deveremos ter crescimento de 10% [no total de visitantes], um ano atípico por causa da Copa. Mas o primeiro semestre não foi bom. Então vamos esperar”, disse.
Jeanine mencionou também o boom vivido pelo turismo emissivo brasileiro nos últimos anos, que tem como consequência a formação de viajantes mais experientes e exigentes. “Antes ele tinha uma expectativa baixa, agora ele quer mais. E é inacreditável que ainda hoje um destino turístico não tenha site, redes sociais e uma política de comunicação social integrada. Muitos dos mais importantes do nosso país não têm. O site da secretaria de Turismo mistura institucional com promocional”, criticou.
Sobre a atuação deficiente de parte dos destinos na promoção on-line, Jeanine foi corroborada pelo presidente do Fohb, Roberto Rotter: “Municípios e Estados não têm sites, mas secretários [de Turismo] também não sabem o que precisam para seus destinos”.
PROVOCAÇÕES
A diretora da Pires e Associados fez ainda uma série do que chamou de “provocações” aos profissionais e líderes presentes à palestra. Ela citou a falta de cooperação entre público e privado para o desenvolvimento do setor, bem como entre os atores do próprio segmento de turismo, e finalizou a palestra com a seguinte pergunta à reflexão: “o que queremos ter em 2020?”