Destinos são próxima fronteira para tecnologia em viagens
[Panrotas, 13/11/2014]
Enquanto no Brasil, a especialista Jeanine Pires criticava, com conhecimento de causa, o marketing de destinos praticado de Norte a Sul, na Phocuswright Conference, em Los Angeles, o segmento era identificado como a nova fronteira para as empresas de tecnologia para viagens.
A venda de hotéis, aéreo e carro ganha novos contornos e pressões a cada momento, mas já são algo “consolidado”, com muita competição, mas produtos similares. A fronteira inexplorada são os destinos e como interagir com os viajantes durante as viagens. Hotéis, empresas aéreas, hospedagens alternativas, intermediários, operadoras, restaurantes, OTAs, metabuscadores, sites de reviews… Todos querem acesso ao viajante antes, durante e depois da viagem, com o durante ganhando destaque na oferta de personalização, engajamento (palavra do momento na conferência) e fidelização.
O tradicional site de aluguel de casas, Homeaway, chegou antes do Airbnb, resistiu ao mobile, era mais focado nos donos dos imóveis que no viajante… mas mudou. Segundo Brian Sharples, da Homeway, em 2016 50% do movimento virá dos dispositivos móveis (graças aos millenials). Também é importante estar integrado com outras plataformas e por isso a empresa assinou com a Expedia para ter parte do seu inventário na OTA. Isso porque há uma geração de compradores que não entram em uma rede hoteleira ou em um site de aluguel de casas para buscar hospedagem. Eles são fieis às OTAs.
Sharples também prometeu mais engajamento durante a estada dos inquilinos temporários. Para isso assinou com o Uber (transporte alternativo em carros particulares, bem mais em conta que táxis) e com o Instacart (app para pedido de compras em mercados sem sair da casa), além do Gogobot, para restaurantes. “Vamos manter as dicas e reviews dos donos das casas, mas também adicionar esses serviços que são úteis para o viajante”.
Quem dividiu a plateia foi o Detour, lançamento do ex-CEO da Groupon, Andrew Mason, que vai investir em audio-tours personalizados. O oposto dos grupos com guias, que ele criticou duramente, dizendo que os passageiros ficam prisioneiros do receptivo. Brad Weber, da Gray Line, estava a seu lado e logo rebateu defendendo a interação entre pessoas, a expertise dos guias locais e perguntando se dez pessoas ou mais estiveram no mesmo áudio-tour, que problemas isso não traria à experiência que inicialmente deveria ser exclusiva… A interação com pessoas também foi questionada.
De qualquer forma o que vimos em algumas apresentações é que o destino precisa interagir com os viajantes, assim como as empresas, durante a estada dos mesmos. Oferecer opções diferentes, envolver com histórias e tecnologia, trazer experiências locais e valorizar esse conteúdo que só existe ali, naquele local e naquele momento.
Para isso é preciso engajar também restaurantes, passeios, atrações, atividades… setores ainda desorganizados do ponto de vista tecnológico e de marketing digital. A cor local deve ser oferecida com a ajuda da tecnologia, que analisa gostos e preferências e facilita o acesso a esse conteúdo. Sem papel, sem formulários, sem padronização, sem passeios iguais para pessoas diferentes.
O Portal PANROTAS viaja a convite da Phocuswright, Delta Air Lines e Turismo de Los Angeles, com proteção GTA
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O Brasil ainda tem muito para crescer nesse mercado, comparado com outros países. Mas o caminho está traçado e temos que aproveitar ao máximo esse cenário natural que temos no país e melhorar e estrutura do nosso turismo e redes de hotéis.
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