“Empresa sustentável é aquela que gera lucro, mas protege o meio ambiente”, diz especialista
[Por FECOMERCIO, 30/11/2011]
Difundir o empreendedorismo social no Brasil é um dos caminhos mais adequados para o desenvolvimento sustentável do País. Iniciativas louváveis vêm sendo realizadas nos últimos anos, mas ainda é preciso sensibilizar mais empresários da importância dessa agenda, sobretudo os que dirigem micro e pequenas empresas. Com o objetivo de analisar o assunto a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP) se uniram para a realização do “1° Seminário de Empreendedorismo Social e Desenvolvimento Sustentável”, realizado nesta terça-feira (29/11), na sede da FecomercioSP.
O evento foi aberto pelo presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, e pelo presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-SP, Alencar Burti, e contou com a participação de vários especialistas. Na opinião do presidente do Conselho da Pequena Empresa da FecomercioSP, Paulo Feldmann, para que o empreendedorismo social vigore no País, é necessário realizar uma série de alterações na cadeia de consumo atual. “As mudanças só vão ocorrer na medida em nós tivermos uma conscientização da sociedade em relação ao meio ambiente”, explica. Segundo ele, um dos principais motivos para que as micro e pequenas empresas no País não consigam realizar ações sustentáveis bem sucedidas é a alta carga tributária que impossibilita destinar mais recursos para o ‘verde’.
Para o diretor técnico do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, as mudanças na cadeia de consumo precisam ser repensadas. “A base do empreendedorismo social está em resolver problemas coletivos”, opina. Já Feldmann lembra que “uma empresa sustentável é aquela que gera lucro, mas protege o meio ambiente e a vida daqueles que ela interage”, opina. Cabe ressaltar que os especialistas presentes no evento lembraram que sustentabilidade não é só uma questão ambiental e o principal objetivo é formar uma sociedade com o mínimo de igualdade que consuma de forma consciente.
De acordo com a consultora do Sebrae-SP, Dorli Martins, nas grandes empresas, iniciativas sustentáveis estão em vigor devido ao maior aporte financeiro e também pela economia gerada. “Temos que mostrar para as micro e pequenas empresas que ser sustentável é mais barato”, garante. “O uso racional dos recursos reduz os custos e, consequentemente, aumenta a lucratividade”, completa.
A cobrança dos consumidores por produtos que foram gerados sem a exploração de mão de obra e respeitando a natureza certamente é uma oportunidade para os empreendedores adentrarem nesse mercado. “Hoje, os brasileiros estão propensos a pagar mais por produtos ecologicamente corretos”, afirma Tortorella. A opinião é compartilhada por Feldmann. “Acredito que logo a sociedade vai repudiar as empresas que não respeitam o meio ambiente”, finaliza.
Lançamento do 3º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade
No evento foi lançado o 3º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, novamente com abrangência nacional. Nesta edição o foco será ‘inovação’ aplicada pelos setores do varejo, indústria governos, entidades representativas, professores e estudantes universitários, com projetos que contemplem os “Princípios do Varejo Responsável”. Para Goldemberg, atualmente “há inúmeras inovações ocorrendo em todas as áreas no setor comercial e o Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade tem como objetivo estimular essas inovações”, afirma.
Mais uma vez, o prêmio é desenvolvido a partir de uma parceria entre a FecomercioSP e o Centro de Desenvolvimento do Varejo Responsável da Fundação Dom Cabral. O evento de lançamento marca o início da fase de inscrições da terceira edição, cujos vencedores serão conhecidos em março de 2013. Em sua edição mais recente, a premiação contou com 314 projetos inscritos de 19 Estados, chegando a 28 finalistas.
As inscrições podem ser feitas no site: www.fecomercio.com.br/sustentabilidade.