Planalto estuda aumentar verbas para financiar eventos no Rio
[O Globo, 31/07/2017]
BRASÍLIA – Apesar da possibilidade de elevar o rombo da meta fiscal, o governo federal estuda aumentar financiamentos para eventos do Rio. Estão no radar do Palácio do Planalto o carnaval, maratona, Réveillon, festival de jazz e a árvore de Natal na lagoa. Nesta segunda-feira, ministros fizeram a segunda reunião para estabelecer ações de cultura, esporte e turismo para a cidade, ainda sem definições. O prefeito Marcelo Crivella participou do encontro.
Para buscar mostrar os benefícios econômicos que esses incentivos trarão, o governo também estuda submeter esses planos à Fundação Getúlio Vargas (FGV). Na parte do Esporte, instalações da Olimpíada devem ser utilizadas. Na Cultura e no Turismo, foi proposto um começo de financiamento — ou o aumento do incentivo — a um calendário de eventos durante todo o ano que vem. O presidente Michel Temer já havia sinalizado que daria verbas para o carnaval, que teve cortes de Crivella.
Entre os eventos do Rio — públicos e privados — a que o Planalto cogita determinar ajuda estão o carnaval, Réveillon, maratona, abertura do Brasileirão, Rio Montreux Jazz Festival, Rock in Rio, e a Comic Con. Outra proposta em análise é passar para as mãos do governo do estado o controle do Arco Metropolitano, que é federal.
Coordenado por Moreira Franco, ministro da Secretaria Geral, o grupo foi criado na última quarta-feira e deve se reunir novamente na próxima quinta-feira. Segundo presentes aos encontros, o governo tem pressa e quer também ações de curto prazo, ainda para este ano. O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, teria dito que “a longo prazo estaremos todos mortos”, citando uma frase do economista John Maynard Keynes. Moreira, por sua vez, teria afirmado que “se o Rio tem pressa, o governo federal tem urgência”.
O esforço do Planalto para dar mais verbas ao Rio contrasta com a situação dos cofres federais. Há duas semanas, o governo anunciou alta de impostos sobre combustíveis, além de cortes no orçamento. A possibilidade de apagões em áreas de serviço à população é concreta, e a equipe econômica não descarta aumentar o rombo da meta fiscal.