Dia Mundial do Turismo: trade destaca desafios para o setor crescer
[Por Mercado e Eventos, 27/09/2016]
O Dia Mundial do Turismo é comemorado nesta terça-feira (27), e o Ministério do Turismo celebra a ocasião com uma cerimônia em Brasília. Neste ano, a data é dedicada ao tema “Turismo para Todos: promover a Acessibilidade Universal”. Alinhado ao assunto, o ministro interino Alberto Alves lançará, durante a cerimônia, um vídeo sobre acessibilidade e inclusão no turismo. Entre os convidados para o evento estão a atleta paralímpica do Tiro com Arco, Jane Karla, a secretária especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério da Justiça, Rosinha da Adefal, e o diretor executivo da Organização Mundial do Turismo, Márcio Favilla.
O turismo é considerado uma das atividades econômicas mais importantes do mundo contemporâneo. Em levantamento feito pelo OMT, entre os anos de 2005 e 2013, constatou-se um crescimento anual médio de 3,8% do setor. Em 2005, o número de chegadas de turistas era de 807 milhões em todo o mundo, saltando para mais de 1 bilhão em 2013. A estimativa é que esse número supere o valor de 1,4 bilhão em 2020 e 1,8 bilhão em 2030. Por contar com ótima infraestrutura interna, ampla divulgação e enorme variedade de pontos de visitação, a Europa é o continente que mais recebe desembarques de turistas. Ao todo, os países europeus concentram cerca de 57,35% de turistas contra 16,27% da Ásia e Pacífico, 13,52% da América do Norte, 3,85% da África, 3,6% da América Central e Caribe e 2,26% da América do Sul.
No Brasil, é a atividade do setor terciário da economia que mais cresce. Eventos com a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de 2016 ajudaram nesta expansão, porém, o país ainda apresenta números pequenos em relação a real potencialidade que pode ser explorada. No entanto, a tendência é que, para as próximas décadas, o setor cresça acima da média mundial.
O M&E realizou uma enquete com alguns nomes sobre os principais desafios que o Brasil enfrenta para galgar o patamar dessa indústria no cenário nacional e internacional. O presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, destaca alguns fatores que podem ajudar o país a aumentar o volume de divisas e de turistas. “O processo de flexibilização do visto internacional ajuda muito. O Brasil também precisa abrir sua economia e colocar um fim nesta burocracia que impede o desenvolvimento do nosso setor”, afirma.
Para Marco Ferraz, presidente da Clia Abremar Brasil, é hora do Governo dar mais prioridade ao setor. “É importante que o Governo venha a reconhecer o turismo como uma importante atividade a economia. Do mesmo modo que é preciso criar facilidades que incentivem a vinda de turistas, seja por meio da flexibilização do visto ou outras medidas, além de tirar os entraves que impedem o setor privado de investir cada vez mais no setor”, pontua ele.
O presidente da Abav Nacional, Edmar Bull, define em três palavras o que pode ajudar o turismo brasileiro a crescer. “É simples, eu diria que maior capacitação da mão de obra, melhores condições para o setor desenvolver e o uso das novas tecnologias”, enumera ele.
O presidente da ABIH Nacional, Dilson Fonseca, lembra que existem inúmeros fatores que podem ajudar o turismo a crescer. “Eu diria que um deles é a decisão do Governo de instituir a paridade tributária com o mercado doméstico e internacional. Isso sem sombra de dúvidas ajudaria o setor a crescer pois vivemos um momento de expansão, principalmente na hotelaria”, disse.
Para Alexandre Sampaio, presidente da FBHA, é necessário uma mudança de postura do Governo. “É primordial contar com boas políticas públicas, que promovam um bom ambiente de negócios e incentivem o empreendedorismo. A continuidade do Ministério do Turismo, bem como e, principalmente, seu fortalecimento e a sua classificação como uma Pasta-chave para o novo governo, com papel estratégico, são cruciais para deixarmos para trás a imagem de país do futuro e consolidarmos uma nova realidade como país do presente”, destaca ele.
A presidente da Braztoa, Magda Nassar, também acha que o setor precisa de medidas de incentivo. “Acho que a especialização e a sustentabilidade do seu negócio são as grandes armas e estratégias para ajudar o desenvolvimento do setor”, afirmou.
No setor aéreo, Eduardo Sanovicz, presidente da Abear- Associação Brasileira das Empresas Aéreas, também destacou as medidas que considera importante. “Para que o setor aéreo possa continuar a trajetória que vinha experimentando, com mais pessoas voando e por preços cada vez menores, o que traz benefícios enormes em todo o país, três mudanças são essenciais neste momento. A primeira é a redução da cobrança de ICMS sobre o combustível de aviação usado para os voos domésticos, a segunda é a melhoria da infraestrutura aeroportuária e aeronáutica nacional, e, por fim, o alinhamento da regulação da aviação brasileira aos padrões internacionais”.