Eventos globais que ganham edições locais
[Por Andréa Nakane, Revista Eventos, 21/04/2015]
Eventos que seguem um conceito global e são produzidos em diversas localidades no mundo, tornaram-se um dos mais rentáveis negócios do atual século.
Eles ampliam não só mercados, mas como geram aproximação de forma uníssona com a localidade receptora, gerando lucros que atingem toda uma cadeia produtiva e principalmente para a própria comunidade sede do evento.
Como exemplo de tais acontecimentos especiais que seguiram a trajetória até ao Brasil podem-se citar o Lollapalooza e Tomorrowland.
Em sua quarta edição no Brasil, realizada nos dias 28 e 29 de março de 2015, o Lollapalooza atraiu um público de 136 mil pessoas ao autódromo de Interlagos, em São Paulo.
O festival de música que começou em 1991, nos Estados Unidos, se tornou um dos principais modelos de eventos itinerantes do continente, desde que desembarcou no Chile, em 2011, no Brasil, em 2012, e na Argentina, em 2014, trazendo atrações de peso como Foo Fighters, Pearl Jam e Muse para tocarem no lado sul do hemisfério. No segundo semestre o evento chegará pela primeira vez ao continente europeu, na Alemanha, demonstrando seu vigor para abraçar o mundo.
Já o Tomorrowland Brasil 2015 acontecerá em Itu, SP, nos próximos dias 01,02 e 03 de maio, trazendo pela primeira vez seu universo mágico, que já se posiciona como o maior evento da música eletrônica do mundo.
O evento ainda traz consigo a opção de hospedagem no local do evento, conhecido como Dreamville, o camping do Tomorrowland, no qual os participantes poderão desfrutar ainda mais: 5 dias vivendo em uma comunidade internacional, dentro de 1.200.000 m2 de áreas verdes, em total sintonia com a natureza, palcos gigantescos, comida gourmet e um extenso e diversificado line-up para atender as diversas “tribos”- segmentos existentes no universo eletrônico.
A ideia surgiu na cidade de Boom, na Bélgica, por meio da ação de dois irmãos, Michiel e Manu Beers que decidiram criar um festival de música que aliasse as batidas eletrônicas com o clima de estarem em um conto de fadas, um mundo mágico.
Na comemoração dos dez anos de existência do festival, em terras européias, chegou a reunir pessoas oriundas de 214 nações, dez a mais que computadas na última edição dos jogos olímpicos, de Londres. Nos Estados Unidos já estão indo para a 3ºedição.
E do outro lado, realizando o caminho inverso, temos nossa prata da casa, o Rock In Rio, que em 2015 completa 30 anos de sua existência e que de forma pioneira iniciou sua viagem fora da faixa territorial do Rio de Janeiro e durante muitas edições, por questões financeiras, só realizou-se em terras estrangeiras.
Batizado de Rock in Rio, pelo seu idealizador, Roberto Medina, empresário apaixonado pelo Rio de Janeiro que naquele momento enxergava o evento como uma maneira de elevar a estima da cidade e até mesmo superar problemas de violência vivenciada por sua família, o evento hoje é um dos mais exitosos exemplos de planejamento e exposição de marca made in Brazil.
Os números do evento são grandiosos e ao longo de suas três décadas de existência já acumulou mais de R$ 1 bilhão de investimento na marca. Até hoje, 14 edições do festival aconteceram em diversos destinos do mundo. Para este ano, a produção prepara mais duas: em Las Vegas (maio) e no Rio de Janeiro (setembro).
Alguns críticos mais puristas, declaram que esses festivais perderam sua essência e hoje estão mais para um parque temático que não condiz com a tipologia de seu batismo.
Ora em definição de festival entende-se que seja uma festa de variedades demonstrando ao público uma gama de estilos ou apresentações variadas conforme o interesse do público.
Um parque de diversão acopla um leque diverso de atrações complementares e que atende perfeitamente a heterogeneidade de público, que a seu critério pode customizar sua programação, conforme interesses particulares. Além disso, parte do público, compostos pela juventude, caracterizada pelas gerações Y e Z tem como características a pluralidade de ações, ou seja, fazer tudo ao mesmo tempo. Essa é sua vibe, a sensação que lhe satisfaz.
E apenas para relembrar: um evento tem como principal premissa atender ao seu público alvo! Esteja ele onde estiver… e se Maomé não vai até a Montanha… é mais que proativo… a Montanha vir até Maomé!