Com uma visitação média de dois milhões por ano, o Riocentro é sede dos principais eventos nacionais e internacionais do Brasil
[Por Ubrafe, 30/10/2014]
Com uma visitação média de dois milhões por ano, o Riocentro é sede dos principais eventos nacionais e internacionais do Brasil. É um espaço versátil, capaz de receber eventos de todos os tipos e tamanhos com conforto e comodidade. Sob a gestão da GL events Brasil desde 2006, o centro de convenções receberá investimentos de R$ 200 milhões até o final de 2014, destinados à modernização das instalações. O espaço ocupa 571 mil m², com jardins, rio e lago. Desse total, 100 mil m² são de área construída (5 pavilhões), destinados aos mais variados eventos: de lançamentos de produtos, festas, shows, feiras e congressos a requintados eventos corporativos. Com pavilhões climatizados, o centro de convenções oferece serviço completo de alimentos e bebidas e uma rede de fornecedores preparados para garantir comodidade e sucesso de todas as etapas dos eventos. Confira a entrevista de Milena Palumbo, diretora geral do Riocentro.
Como está o calendário de Feiras no Riocentro?
Hoje, o Riocentro tem uma média de 30 feiras por ano. Dessas 30, conseguimos dividir entre 50% B2B (business to business) e 50% B2C (business to consumer). A grande maioria são feiras de grande público. Dentro dessas feiras nosso público gira em torno de dois milhões ano.
Quais os tipos de feiras que o principal equipamento indutor comporta?
O público tem muita variação, de acordo com o perfil da feira – se é B2B ou se a feira é B2C. Se a feira é B2B, tem bastante visitação internacional. Um dos grandes diferenciais do Rio de Janeiro é o poder de atração, que tem para feiras de nível nacional e internacional. Como, por exemplo, as feiras do petróleo e gás que registram cerca de 50% do público visitante internacional. É um número bem expressivo. Ou a LAAD, que é uma feira de equipamentos de defesa que acontece todos os anos ímpares. Ela tem uma média de 70% de público internacional, mesmo índice para expositores internacionais, devido ao segmento. Pois o setor o armamento tem muitos players internacionais. Então, depende muito. Se a feira é para o grande público (B2C), normalmente atrai população local e da região. Neste caso, teremos outra média de visitação. A Bienal do Livro, por exemplo, atrai muita gente da região, do estado do Rio de Janeiro e outros estados. Então, varia muito do produto.
Como é a infraestrutura técnica do Riocentro?
São cinco pavilhões. Além do pavilhão temporário, que informalmente nós chamamos de pavilhão 6. Este espaço foi construído para acomodar as grandes feiras que aconteceriam este ano, já que parte do
Riocentro estava ocupada pelas estruturas do campeonato mundial de futebol que ocorreu no Brasil. Então mandamos fazer uma tenda – que chamamos de pavilhão temporário – totalmente customizada, que veio da França com tecnologia de última geração. Com teto duplo e um compressor para inflar a área entre as duas camadas, a tenda oferecia eficiência e climatização. Esse sistema favorecia a iluminação e um tratamento especial térmico para melhorar a eficiência dentro do espaço, que tinha paredes rígidas e não de lona como uma tenda normal.
Tirando 2014, qual que é a taxa de ocupação do Riocentro? Por exemplo, o Frei Caneca tem 240 dias de locação e o Riocentro? Como vocês avaliam isso?
Tem muita diferença nos anos pares e anos impares. Mas giramos em torno de uma taxa de ocupação de 55%, estou falando só de feiras. Não estou falando do pavilhão cinco, porque neste caso é só congresso.
Algumas feiras acabam atraindo congressistas ou não? Como é esse intercâmbio dos dois tipos de evento?
A maioria das feiras, principalmente quando é B2B, atraem congressistas. No Riocentro temos um pavilhão especial para este público que é o pavilhão cinco. Este local tem15 mil metros quadrados só para congresso – são 20 salas e mais um grande plenário de 4 mil metros quadrados. Porém a grande maioria não precisa utilizar o pavilhão 5, já que todos os outros pavilhões tem auditório próprio. Só as maiores feiras internacionais como a de petróleo e gás e a LAAD, por exemplo, utilizam os cinco pavilhões e ainda constroem tendas externas. Mas normalmente, quando é feira B2B, eles utilizam o auditório respectivo, sem precisar combinar o pavilhão com 20 salas de conferência. A LAAD utiliza os 87 mil metros quadrados de feira e mais 6 mil metros quadrados de área externa, para exposição de tanque, helicóptero e míssil. Tudo que não entra no pavilhão fica em uma exposição totalmente especial na área externa. Para as grandes feiras organizadas pela GL, como, por exemplo, a Bienal do Livro – não precisa construir tendas, faz-se uma ocupação de todos os pavilhões. Na última edição da Bienal em 2013, registramos um público de 600 mil pessoas. Outras grandes feiras da Gl são: Expo Franchising, Construir Rio e Hair & Beauty, todas acontecem no Riocentro.
Quais são os principais diferenciais do Riocentro para comportar essas feiras? Quais investimentos foram feitos? E a parte de logística?
Os diferenciais do Riocentro são basicamente a composição – são cinco pavilhões enormes. Temos um pavilhão de 20 mil metros quadrados com uma única coluna, e todos os demais pavilhões seguem o mesmo princípio. Quem está acostumado a fazer feira, quando chega aqui fala: “nossa que aproveitamento excelente que temos de planta”. O pavilhão inteiro com essa metragem quadrada – que é enorme – com uma única coluna, pé direito de 12 metros, estacionamento de 7 mil vagas. Não é qualquer espaço de eventos que você encontra com essa disponibilidade.
Temos também o hotel, que vamos inaugurar em breve – o Grand Mercure Riocentro. Trata-se de um 5 estrelas, com 306 apartamentos, exatamente do lado do pavilhão 5, com uma vista maravilhosa para a lagoa e para a praia. Temos ainda o primeiro restaurante fixo, o Emporium Pax Riocentro, que foi inaugurado em abril deste ano para 380 pessoas e abre normalmente de segunda a sexta, mas também atende plenamente as feiras. Como parte da estrutura do centro de convenções, temos ainda uma cozinha de 900 metros quadrados totalmente equipada com capacidade de atender 10 mil refeições/dia.
Outro diferencial que temos dentro do Riocentro é uma área dedicada a merchandising. São outdoors voltados para a rua e temos uma equipe que negocia com o promotor e faz um trabalho totalmente em conjunto.
Oferecemos também a facilidade de ter uma montadora dentro do Riocentro – que é LPR, também do grupo GL events Brasil. Como a empresa está instalada no Riocentro, proporciona uma logística muito fácil para o cliente. Se precisar de uma cadeira em um evento ou de um pranchão, o depósito está aqui dentro. Temos a GL Live que é outro segmento do grupo que trabalha com estrutura temporária para eventos. Então, se precisar de uma tenda ou qualquer outro equipamento, está tudo aqui à disposição.
O diferencial mais importante, porém, é a equipe operacional que é a mesma desde os jogos Pan-americanos. Então, com esses profissionais, passamos por experiências como o Pan-americano, a Rio+20 e a visita do Papa. São todos eventos gigantes que nos proporcionam uma “expertise” talvez imensurável.
Como é para um promotor realizar uma feira? Existe burocracia? Como é o apoio do governo ou da prefeitura local? Como funciona a relação entre os eventos? A prefeitura e o governo do estado cobram ICMS, Taxa de Prefeitura, etc?
Não existe taxa da Prefeitura no Rio, mas existe todo o processo de legalização do evento como tem em São Paulo, como alvará, autorização do Corpo de Bombeiros, etc. Nada muito diferente.
Para sediar essa série de eventos nacionais e internacionais, quanto foi o investimento de infraestrutura?
O plano de investimentos de R$ 200 milhões para até o fim deste ano inclui a construção do Hotel Grand Mercure Riocentro; a reforma do Pavilhão 1 e a construção do restaurante Emporium Pax Delícia. Entre 2006 e 2011, a GL events Brasil já tinha investido R$ 100 milhões. Começamos com o Panamericano, que foi o investimento de impacto, quando a GL events Brasil assumiu o Riocentro. Foram investimentos relacionados à infraestrutura básica. Os pavilhões eram abertos, a GL events Brasil instalou o sistema de ar condicionado em todos eles. O pavilhão 5, dedicado aos congressos, foi totalmente remodelado. Depois, seguimos com as demais reformas e melhorias nas estruturas e a construção do hotel.
Em sua opinião, como é a importância de entidades como a UBRAFE e o SINDIPROM, para o setor de feiras, negócios e eventos.
Eu acredito muito em associação de classe pelo poder que tem de representar o todo. É uma forma de nos representar frente a políticas municipais, estaduais e nacionais. Um excelente exemplo é o que o SINDIPROM fez há pouco tempo com relação ao acesso aos caminhões que não podem trafegar em horários específicos em São Paulo. Ao fechar uma feira, muitas vezes é necessário locar o pavilhão por mais dias para conseguir montar o evento e o promotor acaba sempre pagando a conta final. Então, eu entendo que essa solução reflete exatamente o que se espera de uma associação de uma entidade, ter a força do coletivo e conseguir ações concretas que beneficiam o segmento.