Colaboração foi decisiva na execução do Mundial
[Por Jornal do Comércio, 02/07/2014]
Planejamento e monitoramento de 232 projetos que atingiam a Copa do Mundo em Porto Alegre garantiram parte do êxito do evento. E um dos ingredientes que uniu diversas frentes dessa mobilização foi a colaboração. As dezenas de áreas da prefeitura da Capital envolvidas – de trânsito à saúde e a relação com setores da economia e da comunidade – contaram com apoio de equipes do Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) para reduzir riscos com, por exemplo, falta de previsão orçamentária. O balanço preliminar feito pelo comando do programa, ontem, serviu para ressaltar os trunfos de compartilhamento de soluções para gerir um evento da dimensão da Copa.
O presidente do conselho do PGQP, o empresário Ricardo Felizzola, ressaltou que, mesmo a frustração com projetos ainda por finalizar – como em mobilidade –, houve um feito no volume executado para o padrão do setor público. “Foi muita obra no País em um período tão curto. A Copa virou exemplo, portanto não dá para dizer que não dá para fazer”, provoca. Para Felizzola, a experiência de firmar contrato com um organismo internacional como a Fifa, que envolveu compromissos e cobranças que chegaram a gerar polêmica internamente, deveria ser mais corriqueira para permitir melhorias.
“Estima-se em R$ 600 bilhões a necessidades de investimentos em infraestrutura para elevar a competitividade”, dimensionou Felizzola. O secretário executivo do programa, Luiz Pierry, explicou que a condução sem sobressaltos da infraestrutura e serviços para a Copa em Porto Alegre foi planejada e organizada no período de definição da subsede, em 2009. A sistemática foi efeito da implantação de um planejamento estratégico, baseado no modelo do PGQP, desde 2005. “Eram 232 projetos que envolviam alguma ação do evento, detalhamos todos e vinculamos com o orçamento, o que assegurou recursos”, citou Pierry. “Comparamos com outras capitais, e aqui houve muito mais organização.” O secretário executivo do programa avalia que o resultado poderia ter sido melhor se os projetos maiores de mobilidade tivessem sido concluídos.
Se a Copa testou o trabalho de várias frentes, o dia a dia das empresas depende cada vez mais da colaboração das pessoas nas várias áreas do negócio. O tema é foco do 15º Congresso Internacional da Gestão, que será realizado pelo PGQP nos dias 7 e 8 de agosto. Felizzola aponta que o uso de tecnologias, como redes sociais e outros canais, aceleram a troca de ideias e decisões, o que influência mudanças e novos processos internos. ”Mas depende da cabeça da liderança para entender que isso promove melhorias”, previne o empresário. Felizzola observou que as empresas mais novas mostram maior facilidade em lidar com essa cultura. “As tradicionais dependem do líder.”
No congresso no Centro de Eventos da Fiergs, não vão faltar exemplos de organizações que estão colhendo resultados operando conexões internas e aumento de qualidade e dos resultados. Também serão destacadas plataformas, engajamento e empreendedorismo que envolvem empresas, organizações sociais e governos. “Cada vez mais seremos capazes de gerar resultados a partir das conexões e relacionamentos”, reforça Felizzola. São esperadas mais de 7 mil participantes. Conferencistas nacionais e internacionais do ramo de gestão, inovação, tecnologia e treinamento de recursos humanos estarão entre as atrações. Paralelo ao congresso, ocorre a Feira de Conhecimento e Resultados da Gestão, o 19º Prêmio Qualidade RS e o 4º Prêmio Inovação PGQP.