Copa confirma capacidade para organizar grandes eventos, diz ministro
[Por Mercado e Eventos, 15/07/2014]
“A Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 confirma o Brasil como local com condições de organizar e sediar grandes eventos internacionais, com democracia e participação social”. A afirmação é do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, em entrevista coletiva no Centro Aberto de Mídia João Saldanha, no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.
“Estamos aqui celebrando o que até agora ocorreu”, disse o ministro, lembrando que não houve nenhum grande problema de segurança. “Nosso povo soube, de um lado, mostrar altivez, vencendo uma verdadeira barreira que se formou no País num dado momento em que parecia que a Copa seria uma tragédia. E ao mesmo tempo com uma incrível capacidade de receber as pessoas, de serem bons anfitriões.”
Ao falar das manifestações populares que ocorreram no Brasil em junho do ano passado – e que não se repetiram durante a Copa -, o ministro Gilberto Carvalho lembrou que os brasileiros reivindicaram serviços públicos melhores e criticaram a corrupção, mas também pediram mais democracia. Por isso houve atenção especial do governo ao diálogo com a sociedade. Nas 12 cidades-sede da Copa, a Secretaria-Geral da Presidência realizou a série de encontros denominados “Diálogos Governo-Sociedade Civil: Copa 2014” para ouvir reivindicações, grande parte delas sem relação direta com a Copa, e apresentar esclarecimentos. Participaram desses encontros 3.101 pessoas representando 808 instituições.
O ministro lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiou R$ 4 bilhões e cidades e estados investiram outros R$ 4 bilhões na construção e reforma de estádios entre 2010 e 2014, enquanto o investimento de saúde e educação é de mais de R$ 800 bilhões no mesmo período. “Não havia sentido falar que a Copa estava sendo organizada em detrimento da saúde e da educação. No mesmo período investiu-se 100 vezes mais nestas duas áreas do que os gastos com a Copa”, disse Carvalho. Ele considerou a Copa como uma oportunidade e, nesse sentido, citou investimentos de R$ 17,5 bi em infraestrutura para a Copa.
Para Carvalho, o ganho de imagem e estímulo ao turismo são resultados positivos da realização da Copa do Mundo. Segundo o ministro, ao decidir sediar a Copa, o Brasil tinha ambição de mostrar ao mundo um modelo de desenvolvimento com distribuição de renda, que tem uma cultura de paz e uma política econômica que permite que o País cresça de forma consistente, principalmente a renda dos trabalhadores, e uma democracia que se desenvolve para efetiva participação da sociedade. “Não perdemos em nenhum momento a nossa soberania e nossa independência em relação à FIFA.”
O ministro informou ainda que dados oficiais do Governo Federal levantados junto às 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFA 2014 indicam que menos de 11 mil famílias, ou cerca de 35 mil pessoas, foram removidas de suas residências por causa de obras relacionadas à realização do Mundial, anunciou Carvalho. E todas elas, ressaltou, receberam assistência para se realocarem.
O número ficou bem abaixo de projeções superestimadas de 250 mil pessoas que foram divulgadas durante mais de dois anos pelos Comitês Populares da Copa. Segundo o ministro, a ampla maioria das 35 mil pessoas afetadas, especialmente as mais de 24 mil pessoas de baixa renda, já recebeu sua indenização ou foi contemplada com uma nova moradia.
Foram atendidas, de acordo com o ministro, principalmente por programas habitacionais desenvolvidos pelo Governo Federal em parceria com governos estaduais e municipais. Assim, disse, elas vivem hoje em condições bem melhores às que viviam antes da Copa.
O ministro citou grandes eventos realizados recentemente no País, com destaque para a participação da sociedade. O primeiro deles foi a Rio+20, o maior evento da história das Nações Unidas, em junho de 2012, que credenciou 45,4 mil pessoas de 193 países e teve o site da conferência acessado por mais de 50 milhões de pessoas interessadas no debate ambiental. Paralelamente à Conferência, o governo brasileiro promoveu os eventos “Diálogos Sustentáveis” e a “Cúpula dos Povos”.
Ele citou ainda a Jornada Mundial da Juventude com o Papa Francisco, que reuniu 3,7 milhões de jovens no Rio de Janeiro, em julho de 2013; e a Net Mundial, o encontro Multissetorial Global Sobre o Futuro da Governança da Internet, que contou com a presença física, além da virtual, de 1.229 participantes de 97 países, em São Paulo. Lembrou também do carnaval e do Rock in Rio.