"Não vejo abismo, mas nenhum mar de rosas", diz Paiva sobre a economia
[Por Portal FIESC.net., 08/05/2014]
Durante palestra sobre cenário econômico, o ex-ministro Paulo Paiva afirmou que “não vê abismo, mas também nenhum mar de rodas” em relação à economia brasileira no curto prazo. Paiva participou de encontro promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) em conjunto com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc), realizado na noite desta quinta-feira (8), em Florianópolis.
Paiva falou sobre o baixo crescimento do PIB de diversos países e alertou sobre alguns acontecimentos que podem colocar em risco a expansão das economias ao redor do mundo. Do ponto de vista geopolítico, existe a preocupação com a instabilidade entre Rússia e Ucrânia, que pode ter desdobramentos globais. Na América Latina, o aumento da violência pode afetar o desempenho econômico. As economias avançadas vivem um cenário de baixa inflação e risco de deflação. Os países emergentes apresentam um quadro de queda no crescimento do PIB, volatilidade cambial, desequilíbrio fiscal, inflação em alta e perda de credibilidade. Paiva, que também é professor, ressaltou que quando há perda de credibilidade os empresários tendem a reduzir os investimentos em função dos riscos. E isso afeta o crescimento da economia. Atualmente, a taxa de investimento do Brasil é 18% do PIB, menor que a média mundial, que é de 22%.
O especialista destacou ainda que o Brasil tem uma taxa de crescimento mais próxima a dos países mais afetados pela crise do que a registrada pelas economias emergentes. “Temos problemas internos que precisamos olhar para que possamos crescer como os países latino-americanos”, afirmou, lembrando que a recuperação global ainda e frágil. “Nos Estados Unidos é mais consistente, mas na região do euro e no Japão o crescimento segue lento. Nos emergentes o crescimento perdeu o ímpeto que tinha”, concluiu.
Em relação a 2014, Paiva salientou que será um ano curto. O carnaval foi em março, o que prolongou o período de férias. A Copa do Mundo está próxima e em seguida virão as eleições. “Embora as eleições não afetem os dias de trabalho, afetam a expectativa das pessoas. É um ano atípico”, finalizou.