Regra de três: eficiência na otimização do espaço, impactante comunicação visual e um profissional bem treinado
[Por Lucas Mosca – Feira & Cia, 02/09/2013]
Uma das tendências mais quentes em feiras na Europa é baseada no conceito de one man army. Em português claro, a estratégia do exército de um homem só. Ou seja, (quase) todas as ações centralizadas na figura de um apenas um profissional, cujo estande não ocupa mais que preciosos 3m².
Você pode pensar que adaptar esse cenário à realidade dos expositores no Brasil parece impossível, que é dinheiro jogado fora, não funciona etc… Afinal, como todos sabem, aqui ainda é praxe construir estruturas promocionais a perder de vista — e, em muitos casos, por empresas que nem sequer sabem o porquê de estarem num evento do gênero.
E, quando se pega como exemplo uma Apas, com suas expressivas obras arquitetônicas, a situação parece ainda mais inóspita para a criação de um, digamos, ambiente micro.
Mas, na recente edição da maior feira mundial do setor supermercadista, houve um expositor que levou à máxima do “tamanho não é documento” à risca. Ou melhor, à regra. No caso, a de três.
Lançamento concentrado (ou como render muito com pouco)
Segundo estudo da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, o consumo de limão no Brasil ultrapassa 100 mil toneladas por ano. O que representa o dobro em relação à Argentina, país onde a Cocinero, pertencente ao conglomerado alimentício Molinos, faz sucesso com seu limão engarrafado e enxergou aqui, em terras brasileiras, potencial para o mesmo produto.
Com apoio da agência de comunicação Tônica Mix, responsável pela comunicação visual, e da montadora Z500, um espaço de 3m², na esquina da rua J com a 11, foi considerado o suficiente para apresentar esse lançamento da Cocinero a esse “grande mercado a ser descoberto”, segundo Nicola Armellini, executivo de marketing da marca no País.
E por que três? Primeiramente, porque o Cocinero Limão Espremido é múltiplo de três: uma garrafinha de 250 ml equivale a nove limões; uma de 500, a 18; e a maior, de 1 litro, a 36.
Segundo, óbvio, por uma questão orçamentária – foram investidos apenas 10% da verba anual de marketing, revela a empresa.
Mas essa metragem, mesmo que exígua, foi mais que o suficiente para atrair visitantes ao estande e mostrar ao mercado de exposições que uma ação bem desenhada independe do tamanho.
Claro que, devido ao espaço estar anexado ao estande da Bunge (este, sim, de proporções faraônicas, 240 m²) ajudou de certa forma, reconhece Armellini: “Além de dar um aval ao nosso novo produto, isso também configura uma excelente forma de dar visibilidade ao mesmo, já que passam por lá um grande número de visitantes”.
“Mas foi um projeto que guardou independência”, completa Ivy Hasegawa, do núcleo de marketing & trade da Molinos. Tivemos uma visitação em torno de 600 pessoas por dia e atingimos nosso objetivo: causar grande impacto e atrair a atenção das pessoas que circulassem pelos corredores.”