Fórum debate estratégias para a inclusão financeira
[Por Sebrae, 29/10/2012]
Temas como cooperativismo de crédito, microcrédito e novos arranjos de pagamentos estão em discussão até quarta-feira (31), durante o 4º Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, promovido em parceria com o Sebrae, na capital gaúcha. A cerimônia de abertura ocorreu nesta segunda-feira (29) e contou com a presença do presidente do BC, Alexandre Tombini; do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro; do presidente do Sebrae, Luiz Barretto; entre outras autoridades políticas e financeiras.
Logo na abertura do evento o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou a criação do Fundo Garantidor de Cooperativas de Credito (FGCC), que vai avalizar as operações efetuadas pelo setor. “Entendemos que é um passo fundamental para a regulação do sistema de crédito”, disse, sob aplausos. Em seguida, ele destacou a parceria com o Sebrae para a realização do evento.
O presidente da instituição, Luiz Barretto, lembrou que a inclusão financeira é tema central para o país alcançar o desenvolvimento. “É fundamental para melhorar a produtividade e competitividade das micro e pequenas empresas (MPE)”, disse.
Barretto lembrou ainda a lei que permitiu a formalização por meio da figura jurídica do microempreendedor individual (MEI). “Estamos fechando 2012 com quase três milhões de MEI, que se formalizaram e tiveram cesso à cidadania empresarial. Ao ter o CNPJ, o MEI acessa novos mercados, o setor governamental, o crédito, o que não teria como pessoa física. É um ganho extraordinário”, destacou.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, informou que nos próximos dias enviará à presidente Dilma Rousseff a proposta de projeto de lei que permite o pagamento por meio do telefone celular, o chamado mobile payment. “É mais um sistema que vai se somar a outros para promover a inclusão financeira”, contou.
O ministro afirmou que o novo modelo deve beneficiar diretamente as classes menos favorecidas. “A opção de pagamento por celular vai reduzir custos e facilitar os pagamentos”. Ele destacou ainda que o país tem 258 milhões de linhas de celular habilitadas, ou 1,3 aparelhos por habitante.
Acesso
A ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, também destacou a necessidade de o governo e o setor produtivo promoverem o acesso aos serviços financeiros para as populações menos favorecidas. “Temos uma pesquisa que mostra que 60% da clientela do Bolsa Família e da agricultura familiar não possuem conta. Essa é a população que mais precisa de apoio, dada a fragilidade de renda” , disse a ministra.
No encerramento da cerimônia de abertura do 4º Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, lembrou a tradição do estado no sistema cooperativado de crédito. “Aqui nasceu a primeira instituição comunitária de crédito”, afirmou. Segundo o governador, o sistema de microcrédito local aportou, em apenas um ano, R$ 100 milhões para financiar proprietários de micro, pequenas e médias empresas, com inadimplência inferior a 0,3%. “A inclusão financeira é o nome radical da inclusão social, na medida em que combate as desigualdades e potencializa a economia de baixo para cima”, finalizou o governador.