América Latina deve aproveitar momento histórico do setor de eventos para fortalecer integração regional
Em razão da sequência de grandes eventos programados para o Brasil nos próximos anos, os olhos do mundo estão sobre o país e a América Latina. O setor de turismo de eventos do continente tem uma oportunidade única na História para mostrar que está capacitado e tem infraestrutura para aumentar sua fatia no mercado de eventos internacionais, que realiza cerca de 10 mil eventos por ano. O assunto foi debatido no Encontro das Entidades Organizadoras de Eventos da América Latina, realizado na terça-feira (16/10), no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro.
“Precisamos desenvolver estratégias de integração para desenvolvimento e fortalecimento do mercado latino-americano de eventos”, analisa a presidente da ABEOC Brasil, Anita Pires. “A capacitação é uma questão fundamental para todos os países da região e a ABEOC está dando um passo importante neste sentido com o projeto do Selo de Qualidade ABEOC, uma parceria com o Sebrae Nacional para certificação de empresas de eventos”, acrescenta Anita, anfitriã do encontro que contou também com a participação na mesa da presidente da COCAL – Federação de Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina, Bertha Garcia; do Assessor da presidência da EMBRATUR, Walter Ferreira; do assessor de turismo da CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, Leonardo Fonseca; da presidente da AUDOCA – Associação Uruguaia de Organizadores de Congressos, Feiras, Exposições e Afins, Graciela Sánchez; do presidente da AOCA – Associação Argentina de Organizadores e Provedores de Exposições e Congressos, Pablo Weil e do diretor dee marketing da RioTur, Paulo Villela.
Segundo Bertha Garcia, o Brasil como potência no setor de eventos enriquece toda a região. “As belezas naturais nos complementam, mas temos que ser destinos capacitados, preparados e competitivos frente a outros mercados”, afirma a presidente da COCAL, que tem entre seus objetivos promover a América Latina como destino de eventos.
Para o representante da CNC, Leonardo Fonseca, apenas através da capacitação é possível desenvolver o turismo. “E esta é uma responsabilidade não só do governo, mas do empresariado também, que precisa tornar as empresas mais competitivas”, comenta, destacando que o “braço” de capacitação da CNC é SENAC, onde o setor de turismo e hospitalidade é o mais forte.
Fonseca ressaltou também a importância do setor de eventos na economia brasileira. “A maior fatia econômica do turismo é do segmento de turismo de negócios, que responde por 60% das receitas do turismo”, informa.
Visibilidade mundial
O assessor da presidência da EMBRATUR, Walter Ferreira, citou que os latino-americanos representam 50% dos turistas estrangeiros que o Brasil recebe. “A América Latina é fundamental para o nosso país. Para atingir a meta do Plano Aquarela, de 10 milhões de turistas estrangeiros em 2020, esta proporção tem que subir para 60%”. Atualmente o principal emissor de turistas estrangeiros é a Argentina, e ainda Chile e Uruguai estão entre os quatro primeiros. “Os megaeventos ajudam a promover o país pela exposição da imagem, e nosso desafio é explorar esta exposição para o Brasil ser mais querido e gerar mais interesse”, complementa. Por outro lado, os países vizinhos também devem se beneficiar com a visibilidade mundial do Brasil. “O turista que vem ao país para a Copa e os Jogos Olímpicos, por exemplo, tem a chance de visitar também o Chile, o Peru e outros países próximos”, pondera Bertha Garcia.
A presidente da Audoca, do Uruguai, Graciela Sanches, salientou que os 17 países membros da Cocal devem aproveitar o momento histórico para trabalhar em equipe a fim de captar mais eventos para o continente. “Qual será o legado dos megaeventos é responsabilidade de todos, não só do governo do Brasil”, analisa.
De acordo com o presidente da AOCA, da Argentina, Pablo Weil, o idioma diferente não é uma barreira para a integração continental, visto que temos muito mais questões em comum. “E aproveito para convidá-los para o Congresso da Cocal ano que em Mendoza, cujo tema será capacitação e profissionalização”, conclui.