Ubrafe: falta de espaços impede crescimento de feiras no país
[Por Mercado e Eventos, 03/09/2012]
O setor de feiras no Brasil atingiu o seu limite. Com mais de duas mil feiras realizadas por ano, o país – embora tenha potencial – não consegue avançar seu crescimento devido a falta de espaços para a realização desses eventos. A União Brasileira dos Promotores de Feiras (Ubrafe) estima que em 2013 seus associados promoverão 201 grandes feiras de negócios, que reunirão 54 mil empresas e 5,5 milhões de visitantes profissionais, dos quais 50 mil serão compradores do exterior. Este é o mesmo número registrado em 2012. Segundo Armando Arruda Pereira de Campos Mello, diretor superintendente da entidade, este é um mercado estável e que não apresenta muitas novidades. Para dar um panorama das feiras e do setor no Brasil, a Ubrafe divulgou hoje a edição de 2013 do Calendário “Principais Feiras de Negócios do Brasil”.
As feiras de negócios, que contemplam mais de 40 macro segmentos econômicos, deverão ocupar 3,5 milhões de m2 de área de exposição nos pavilhões de 23 cidades brasileiras. Embora os eventos estejam mais descentralizados, São Paulo ainda recebe 75% do total das feiras agendadas para o ano. No geral, somente os associados Ubrafe, movimentam anualmente cerca de R$ 4 bilhões. “O segmento de feiras é muito estável, com eventos que acontecem há mais de 50 anos. E embora nenhum segmento novo tenha aparecido, mercados como o Nordeste e o Centro-Oeste conseguiram registrar bons resultados de crescimento”, disse. Segundo o diretor, além das grandes feiras nacionais, destacam-se no país muitas feiras regionais, como no caso do Rio Grande do Sul, que todos os anos realiza em média 200 eventos de promoção de seus produtos.
Durante a apresentação do calendário, o diretor apontou a necessidade de se criar novos espaços para a realização de feiras. “Tivemos recentemente a inauguração de espaços em Fortaleza e em Belém, mas fora isso, não temos novidades. Sem novos espaços, as feiras continuarão a apresentar os mesmos números ano após ano. O Brasil tem um potencial muito grande e as feiras são a economia viva do país, onde as empresas vão apresentar seus produtos e serviços ao mercado, solidificar relacionamentos comerciais, prospectar novos clientes, divulgar lançamentos, verificar as tendências do mercado e, sobretudo, aumentar suas vendas”, declarou. “A cada ano recebemos em média 100 mil novos visitantes, precisamos abrir novas oportunidades para geração de negócios”, ponderou.
Segundo ele, dois novos projetos estão sendo desenvolvidos na cidade de São Paulo: a construção de um centro de eventos em Pirituba e a revitalização do Pavilhão Imigrantes; além de projetos a serem aprovados e iniciados no Ceará, Porto Alegre, Paraná e Vitória. “O setor de feiras cresceria imediatamente se tivéssemos mais espaços”, finalizou.