Setor de viagens corporativas fatura mais de R$ 24 bilhões e supera pré-pandemia no 3T22
O setor de viagens corporativas atingiu um faturamento de R$ 24,1 bilhões no terceiro trimestre do ano, superando os níveis de 2019, de acordo com dados das edições de julho, agosto e setembro do Levantamento de Viagens Corporativas (LVC), realizado pela FecomercioSP em parceria com a Associação Latino Americana de Gestão de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev). Na comparação com 2021, valor foi 56,8% superior.
Considerando exclusivamente o estudo de agosto, o faturamento em viagens corporativas foi de R$ 9,1 bilhões no país, resultado que representa aumento de 68,8%, em comparação ao mesmo mês de 2021, e supera pela primeira vez o patamar de 2019, em 4,2%. Já em setembro, o valor ultrapassou R$ 9,3 bilhões, registrando crescimento de 58,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor é o mais elevado para o mês desde 2014.
“Superamos os números de 2019, mas ainda estamos vivendo uma fase de instabilidade econômica, com preços mais elevados, consequência da pandemia e guerra da Ucrânia. Por isso, as reuniões on-line, intercaladas com eventos e viagens – após uma análise detalhada sobre o motivo e necessidade -, são consideradas pelas empresas”, destaca Giovana Jannuzzelli, diretora executiva da Alagev.
Esses números comprovam que as empresas retomaram os seus investimentos em viagens e eventos pelo Brasil. De acordo com os estudos, os resultados não afetam somente o transporte aéreo, locação de veículos e hospedagem, chegando a diversas outras cadeias produtivas, como, por exemplo, equipamentos e estruturas para eventos e serviços de alimentação e catering.
O LVC destaca também que os dados têm de ser avaliados com muito cuidado, pois estão atrelados a fatores positivos e negativos. No campo favorável, a demanda continua aquecida nas empresas para realização de viagens e eventos pelo país. A volta à normalidade pós-pandemia trouxe uma grande movimentação de feiras, congressos e reuniões, entre outros. Como consequência deste cenário, algumas cidades, incluindo São Paulo, e em diversos hotéis e resorts pelo país já existe escassez de disponibilidade para 2023.
No entanto, segundo o estudo, o lado negativo engloba o aumento expressivo dos custos que as empresas estão precisando arcar. A pandemia gerou desalinhamento entre oferta e procura em alguns setores em todo o mundo, tornando-se mais forte no que diz respeito aos preços de commodities como petróleo, alumínio e grãos. Além, claro, da alta do dólar, da inflação, guerra, custos extras com medidas de segurança em razão da pandemia (e que ainda são praticadas) e a mão de obra mais cara no setor devido à escassez pela migração de profissionais para outras atividades.
Segundo as últimas análises, esse aumento de custo veio pra ficar. Não necessariamente com um pico de preço como o ocorrido no início do ano, que desencadeou uma inflação no país superior a 13%. Ainda que tenha havido desaceleração, ele ainda ficará superior à referência pré-pandemia.
“É muito importante que possamos, constantemente, reforçar a relação entre a percepção de melhoria na economia (e a efetiva melhoria) e a disposição dos empresários em investir em viagens e eventos. Há um movimento internacional de aumento gradual das viagens de negócios, e a estabilização dos cenários internacionais e nacionais é fundamental para que os volumes aumentem. Da mesma forma, com qualquer sinal de crise, os cortes serão feitos primeiramente nas viagens”, comenta Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP.
Fonte: Mercado & Eventos