Riotur promete rigor no carnaval de 2019; proposta é retirar mega blocos das ruas
O presidente da Riotur, Marcelo Alves, afirma que a Prefeitura do Rio terá mais rigor na organização do carnaval de 2019. Com 473 blocos autorizados a desfilarem nas diversas regiões da cidade, a estimativa é de 6 milhões de foliões tenham tomado as ruas. A alegria da festa veio acompanhada por uma situação caótica na cidade.
“Chegamos ao limite. Limite de desfiles, limite de estrutura, limite de realmente avaliações. Então, a palavra do próximo ano é rigor”, afirmou Alves.
A proposta da prefeitura é retirar das ruas no carnaval do próximo ano os blocos que concentram multidões de foliões. É o caso, por exemplo, do Bloco da Favorita, em Copacabana, ou do Fervo da Lud que, comandando pela cantora Ludmilla, estreou nesta terça-feira arrastando milhares de foliões pelo Centro.
“Eu acho que, realmente, nós precisamos colocar todos numa mesa. Não só moradores, mas todos os órgãos públicos, ouvi-los, técnicos, e tomar decisões muito rigorosas. Chegamos ao limite de megablocos em certos locais. Vamos definir um ou dois locais que não atinja moradores, para que realmente esses megablocos tenham estrutura”, declarou o presidente da Riotur.
Segundo ele, “mega blocos são mega shows, e mega shows têm que ter mega estrutura de segurança, de limpeza, de educação, de consciência, de controle. É isso que a gente vai fazer para o próximo ano”.
A prefeitura tentou implantar, ainda no carnaval deste ano, um “blocódromo”. Chamado de Arena do Carnaval, o espaço seria montado onde funcionou o Parque dos Atletas, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade. A montagem da área custaria cerca de R$ 3 milhões e foi alvo de diversas críticas.
Depois da pressão popular, a Riotur voltou atrás e decidiu estrear a arena somente em julho. O órgão de turismo alegou que o reposicionamento do projeto tem o objetivo de fortalecer a agenda de eventos da cidade, o realizando no período das férias.
Desordem na folia
Após a passagem dos blocos pelas ruas da cidade, o que se via eram amontoados de lixo por todos os lados. A desordem tomou conta do transporte público.
O metrô, que trafegava com atraso superior à média rotineira, ficava completamente imundo após o transporte dos foliões. Alguns foliões chegaram até mesmo a usar a plataforma de uma das estações como banheiro.
Em Ipanema foi feito o flagrante de um grupo de rapazes que invadiu um ônibus pelas janelas. O ato de vandalismo na Visconde de Pirajá aconteceu perto de onde o bloco da Banda de Ipanema fazia a concentração e a poucos metros de onde estavam concentrados vários policiais militares.
Além da desordem pública, a insegurança deixou cariocas e turistas apavorados. Séries de assaltos e arrastões se tornaram rotina em Ipanema. Os criminosos não pouparam ninguém. Imagens registradas pelas câmeras de um prédio na Rua Prudente de Moraes mostram uma idosa de 80 anos sendo atacada por três assaltantes às 6h50 de terça-feira (13).
Em Botafogo, também na Zona Sul, um morador foi rendido por assaltantes quando chegava em casa. O prédio onde ele mora divide muro com o 2º Batalhão da Polícia Militar, mas isso não coagiu a ação dos criminosos.
Enquanto a cidade vive dias intensos, o prefeito decidiu “tirar uma folguinha”, como ele mesmo disse, do carnaval. Na Europa, Marcelo Crivella gravou um vídeo explicando o motivo da viagem. A prefeitura não informou detalhes sobre a agenda dele nesses países. O prefeito disse apenas que vai conhecer o Galileo, o sistema de GPS europeu que, segundo ele, pode ser usado na segurança da cidade.
O governador do estado também se ausentou da cidade. Embora não tenha tirado folga, conforme afirmou o Palácio da Guanabara, Luiz Fernando Pezão passou os dias da folia em casa, no município de Piraí, distante 80 km da capital. O palácio afirmou que a distância não o impedia de ficar em contato permanente com as autoridades de segurança.
Fonte: G1