ARTIGO: Há milhares de anos, a humanidade se desloca de onde habita para conhecer destinos diferentes
[Mercado e Eventos, 17/11/2017]
Por Oreni Braga*
Nessas idas e vindas dos viajantes, eles buscam experiências com a cultura, a gastronomia, o artesanato, a natureza e a História, representada em museus e sitios arqueológicos, de outros povos, levando consigo conhecimento, o sentimento de bem-estar e a realização de sonhos.
Há mais ou menos duas décadas, os turistas faziam questão de conhecer destinos já consolidados no mercado do turismo mundial como Londres, Paris, Nova Iorque, Madrid, entre outros. No entanto, embora esses continuem entre os mais visitados, surgem no cenário, outros destinos considerados pelos estudiosos como inovadores e outros como potenciais. Os inovadores já estão despontando como melhores destinos e aglutinadores de fluxo, como é o caso de Honk Kong na China, Bankok na Tailândia e o México na América Latina. Ainda nessa esteira, surgem também, o Vietnã, Dubai nos Emirados Arabes, e aqui próximo do Brasil, o Peru.
Então perguntamos: O que eles tem que o Brasil não tem? Porque eles conseguem despertar o interesse do turista internacional melhor que o Brasil?
São mais competentes que o brasileiro?
Embora eles não sejam um país continental como é o Brasil, recheado de atrativos naturais, diversidade cultural, saborosa gastronomia e um artesanato rico em criatividade, eles definiram o turismo como estratégico e tem VONTADE POLÍTICA. Priorizam o Turismo como fonte de riqueza. Daí, adotam uma Politica à Longo Prazo, com orçamento compatível que contempla uma estratégia de marketing continuada, nos mercados alvos, participando das principais feiras mundiais do setor, de forma profissional, envolvendo, direta e indiretamente, o publico final, deixando no imaginário do turista o gostinho de quero mais. Atrelado a isso, eles estão presentes em quase todas as revistas de bordo das principais companhias aéreas internacionais, nos principais aeroportos do mundo e nos mais importantes canais de venda de destinos turísticos. Isso custa muito dinheiro. O que o Brasil não tem. Minto. O Brasil tem, mas não prioriza o setor. Não tem vontade política.
Nesse conjunto da obra, se destaca o Custo Brasil que contribui para inibir, substancialmente, o interesse do turista estrangeiro em conhecer o país, vez que um bilhete doméstico é quase o mesmo valor do bilhete internacional que ele paga para vir ao nosso país. Além disso, soma-se a questão da insegurança politica, ética, moral, e a falta de segurança propriamente dita, em alguns sítios brasileiros, o que é divulgado de maneira massificada nos canais de tv, redes sociais e outros meios de comunicação no mundo. Como não há nenhuma ação que combata essas deficiências, o país perde competitividade.
Então, não se trata de competência ou incompetência dos profissionais brasileiros. Já vimos que se trata da falta de PRIORIZAÇÃO por parte do Governo Central e da maioria dos governadores, para com o setor, os quais não destinam recursos suficientes para o enfrentamento dos desafios que o Turismo demanda, em especial, para a melhoria da infraestrutura dos aeroportos regionais, portos turísticos, programa de incentivo para baratear os bilhetes domésticos tipo AIR PASS, o que favorece ao turista estrangeiro conhecer mais de 01 cidade no país, com preço acessível.
Finalizando, o Governo Central, se quiser fazer do Turismo um vetor de riqueza nacional, deve propor um PACTO FEDERATIVO junto aos governadores, visando desenvolver um Plano Nacional Estratégico a Curto, Médio e Longo prazos, definindo as metas a serem alcançadas, e aportando os recursos necessários para o alcance dos objetivos. Sem isso, o Turismo no Brasil continuará lânguido.
Tenho dito!
*Oreni Braga
Especialista em Ecoturismo
Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental