Estudo compara receptivo turístico do Brasil a países concorrentes
[Embratur, 21/07/2017]
O coordenador-geral de Inteligência Competitiva e Mercadológica da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Alisson Andrade, divulgou, na quinta-feira (20), o estudo “Competitividade do Brasil no Turismo Global”. O relatório do Instituto teve como base os dados de mercado mais recentes gerados pela Euromonitor International – líder mundial em pesquisa de estratégia para mercados consumidores –, pelos EBTs (Escritórios Brasileiros de Turismo) da Embratur e pelo Fórum Econômico Mundial.
O estudo apresenta a Argentina, o México, o Peru e a República Dominicana como alguns dos principais concorrentes do Brasil atualmente. Segundo as estatísticas da Euromonitor, 6,8 milhões de turistas estrangeiros estiveram no País em 2016, e a expectativa do Brasil hoje é alcançar, até 2020, 7,4 milhões de visitante. O México contou, em 2016, com 34 milhões de turistas, prevendo, para 2020, receber 40,5 milhões de visitantes.
A Argentina teve, em 2016, 6,2 milhões de turistas, com previsão de aumentar esse número para 7,2 milhões em 2020. Já a República Dominicana (destino mais visitado do Caribe), recebeu 5,1 milhões de turistas em 2016, com perspectiva de ampliar para 6,3 milhões. E o Peru, que em 2010 recebia 2,3 milhões de visitantes, alcançou 3,5 milhões de turistas em 2016 e tem previsão de chegar a 4,4 milhões em 2020, ou seja, quase o dobro de visitantes que havia em 2010.
Para o presidente substituto da Embratur, Tufi Michreff, esses países concorrentes têm em comum o forte investimento no turismo. “O ranking de competitividade 2017 do Fórum Econômico Mundial, outra importante fonte do turismo, aponta que a República Dominicana está em 7º lugar entre os países que mais prioriza o turismo, o México na 30ª colocação, a Argentina na 66ª, o Peru como 69º colocado e o Brasil, na lanterna, em 106ª.”
De acordo com Tufi, a Embratur precisa mudar para fazer frente à concorrência internacional. “Existe a necessidade latente de transformá-la em agência governamental – tornando-se um serviço social autônomo – para podermos realizar convênios com outros órgãos, acessar recurso de outras fontes e fazer parcerias. Desse modo, poderíamos projetar para 2022 um receptivo de cerca de 12 milhões de turistas internacionais para o Brasil e 19 bilhões de dólares de receita cambial.”
Ele destaca ainda que a chegada dos turistas ao Brasil está em um patamar incompatível com as nossas potencialidades no turismo. “Afinal, somos o País mais lindo do mundo, conforme apontou recentemente a revista norte-americana Condé Nast Traveller.”
Ações destacadas
Dentre as ações desenvolvidas pela República Dominicana, que mantém 29 escritórios de promoção do turismo espalhados pelo mundo, estão os planos de marketing cofinanciados com operadores, programas de incentivo às vendas junto aos agentes de viagem, atividades cooperadas com o trade turístico, campanhas on-line, publicidade do destino em meios de transportes e investimento em realidade virtual.
A Argentina, que possui sete escritórios de promoção do turismo, aposta na flexibilização do visto, em ações de incentivo fiscal e cooperadas com o trade turístico, campanhas on-line e investimento em eventos promocionais para público final, além das ações mais recorrentes nos mercados.
Com 15 escritórios de promoção do turismo, o Peru prioriza, como ferramentas promocionais, lançamento de aplicativos – a exemplo do aplicativo de geolocalização, que mostra serviços essenciais próximos ao visitante –, ações cooperadas com o trade turístico, campanhas on-line e investimento em eventos para público final.
Já o México, que possui 22 escritórios de promoção do turismo espalhados pelo mundo, também foca na flexibilização de visto, ações cooperadas com o trade turístico e campanhas on-line, além de investir em programas de incentivo às vendas junto aos agentes de viagem, em vitrinagem e totens e planos de marketing cofinanciados com operadores.
“Ações em parceria com o trade internacional são práticas essenciais para o País conquistar maior participação de mercado no turismo internacional. Isso inclui iniciativas conjuntas, a exemplo de ações realizadas com operadores e companhias aéreas”, exemplificou Alisson, durante seminário na autarquia.