Pacto Federativo Urgente: o turismo depende desta discussão
[Por Eduardo Mieke , Diário do turismo, 26/10/2016]
Entenda porque o Pacto Federativo afeta o desempenho da Secretaria de Turismo.
Turismo é uma atividade movida por um conjunto de percepções. Sentir-se bem acolhido em um hotel, tem o mesmo peso do que sentir-se seguro na rua, no transporte público, ou ver a Cidade limpa e bem sinalizada. E é aí que os Municípios estão chegando atrasados.
O Pacto Federativo atrelado a secular ineficiência na gestão pública em todos os níveis, estão fazendo com que as Prefeituras não encontrem mais saída. Nos últimos 20 anos, as dívidas dos Municípios e Estados multiplicaram por quarto. Algo perto de 400 bi. Do total de impostos arrecadados somente 18% fica nos Municípios. E para que você tenha uma ideia, sem conexão, até bem pouco tempo atrás (Set/15) Cidades recebiam investimentos federais sem saber como mantê-los.
Em função disso e de outras questões que são decorrentes, os cortes estão sendo inevitáveis. Serviços que impactam diretamente naquele conjunto de percepções são os que mais sofrem. As Prefeituras tentam atender como muito, às obrigações constitucionais, evitando assim, as ações penais de tudo que é lado. Para muitas a conta já bateu. De cada 10 Cidades, em media 6 estão no CAUC – Serasa do serviço público.
Como resultado, temos na ponta deste balaio as Secretarias de Turismo, que tem seu desempenho bastante afetado.
Como resultado, temos na ponta deste balaio as Secretarias de Turismo, que tem seu desempenho bastante afetado. Disputando a tapa o resquício que sobra do orçamento, somado a pouca interação-cooperação com as instituições do trade e com o perfil da economia local, tem colocado em cheque a sua própria manutenção dentro da estrutura das Prefeituras. Elas tem encontrado cada vez mais dificuldade em se tornarem perceptíveis à sociedade acerca da sua própria importância política e operacional. E isto é um risco muito grande.
Percebo que alguns gestores que converso já começaram a fazer esta conta. Veja, com a crise, qualquer 0,5% pode representar alguns milhões no orçamento público anual. E acredite, os Prefeitos irão precisar em 2017. Urge portanto, uma discussão tanto sobre a eficiência deste Pacto Federativo, mas também no modelo de gestão pública especificamente de turismo. O cenário é esse. A conseqüência está aí e está no limite. A atividade está sendo brutalmente afetada e já estamos cansados de gerar para um União, que muito pouco nos une de verdade. Pense nisso.