Líderes pedem mais agilidade e dados reais do MTur
[Por Panrotas, 19/10/2016]
O ministro do Turismo, Marx Beltrão (PMDB-AL), ouviu esta manhã, de membros do Conselho Executivo de Viagens e Eventos Corporativos (Cevec), da Fecomercio-SP, não apenas demandas por segmento, mas a visão que a indústria tem da pasta que acabou de assumir. “É muito desgastante ter de começar do zero a cada troca de ministro”, disse a presidente do Cevec, Viviânne Martins, que afirmou ainda que os números do MTur feitos com a FGV “não representam a indústria” e que a Embratur é um órgão completamente afastado dos empresários do setor.
“Precisamos de conhecimento e reconhecimento no Turismo. E para isso temos de estar perto do viajante, construir algo do consumidor em nossa direção”, continuou Viviânne, que mostrou ao novo ministro que “a pizza da indústria” vai muito além do Lazer, englobando também o corporativo e os eventos. A Alagev e a Unedestinos, aliás, pleiteiam junto ao ministro a entrada no Conselho Nacional do Turismo. Conselho este que, na opinião de Armando Pereira, da Ubrafe, e Eraldo da Cruz, da CNC, entre outros, precisa ser reformulado, para que o ministério ouça mais o empresariado e fale menos do que está fazendo, o que já é amplamente divulgado nos canais competentes.
O presidente da Associação Brasileira de Resorts, Luigi Rotunno, disse que o Turismo precisa de um líder político. O presidente da PANROTAS e membro do Cevec, Guillermo Alcorta, acrescentou que o prestígio de que o setor precisa vem de resultados que estão espalhados e que precisam estar reunidos em um só lugar. “O Turismo não tem o prestígio que merece”, disse ao novo ministro.
A revisão da Lei Geral do Turismo foi destacada pela maioria dos conselheiros como uma urgência, bem como uma agenda ampla no Legislativo. Viviânne Martins destacou as parcerias do Cevec com a CNC nesses e em outros temas, como o da Educação. “As universidades não treinam os alunos para nossa realidade. A academia não entende nosso negócio e precisamos eliminar essa lacuna.”
O presidente do Conselho Empresarial de Turismo da CNC, Alexandre Sampaio, reiterou a necessidade do apoio do ministro no Congresso, para liderar as demandas do Turismo.
Emerson Souza
O ministro Marx Beltrão com Viviânne Martins, presidente do Cevec, e Guillermo Alcorta, membro do Cevec Consultivo e presidente da PANROTAS
AIRBNB
Participando pela primeira vez do Cevec como Airbnb, Flávia Mattos foi alvo de vários comentários. Viviânne Martins disse que a indústria precisa da colaboração de todos e nela cabe todo mundo. Sampaio, também presidente da FBHA, disse que é preciso superar os gargalos com a Airbnb, como na questão de pagamentos de impostos, mas concorda que são produtos complementares (a hotelaria e a hospedagem alternativa).
EMPREGOS
O secretário de Turismo de São Paulo, Laércio Benko, e o assessor econômico da Fecomercio-SP, Jaime Vasconcellos, destacaram a resiliência do Turismo em relação à geração ou manutenção do emprego mesmo em momentos de crise. Enquanto todos os setores demitiram e mostraram retração, segundo pesquisa da Fecomercio-SP e do Cevec, o Turismo manteve-se estável, com leve alta de 0,1% de empregos em 2016, na comparação com 2015.
PRAZO NO MTUR
O ministro Marx Beltrão voltou a dizer que vontade política não lhe faltará para resolver as questões do trade, mesmo com pouco tempo. Ele deve ficar no Ministério do Turismo por cerca de um ano e meio. Em 2018, vai analisar se volta a se candidatar para mais um mandato como deputado federal ou se pleiteia um outro cargo. “No momento certo decidirei”, disse ele, mostrando que até lá trabalha integralmente pelo Turismo.