O turismo como alavanca de desenvolvimento para a economia do Brasil
[Por Alexandre Sampaio, ME, 27/06/2016]
Sediar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que nos transformarão em vitrine para o mundo, é uma oportunidade única para o País se inserir definitivamente como destino turístico no roteiro internacional e, consequentemente, impulsionar uma economia tão debilitada. Para alcançar esse objetivo, é preciso se espelhar nas cidades que souberam aproveitar e preservar o legado da competição, como Barcelona, que sediou as Olimpíadas em 1992, e Londres, em 2012.
É primordial contar com boas políticas públicas, que promovam um bom ambiente de negócios e incentivem o empreendedorismo. A continuidade do Ministério do Turismo, bem como e, principalmente, seu fortalecimento e a sua classificação como uma Pasta-chave para o novo governo, com papel estratégico, são cruciais para deixarmos para trás a imagem de “país do futuro” e consolidarmos uma nova realidade como “país do presente”.
Essa nova visão estratégica impõe a necessidade de termos à frente do Ministério do Turismo um nome da envergadura de Vinicius Lummertz, cujo currículo – desde a sua formação acadêmica até a vasta, competente e comprometida atuação como presidente da Embratur – endossa a escolha. A sua atuação e envolvimento nos preparativos para os Jogos Olímpicos e a própria proximidade do evento impõem que tenhamos a certeza de que a condução política do turismo estará sob um comando competente e dinâmico.
Não podemos perder de vista que, no atual e delicado momento por que passa o Brasil, em meio à sua mais grave crise econômica, o turismo desponta como a atividade econômica que mais rapidamente poderá ajudar o País a emergir da recessão e retomar os trilhos do crescimento e do desenvolvimento sustentável. Os inúmeros países que pontificaram o turismo como atividade de alavancagem do desenvolvimento social e econômico comprovam a viabilidade de adoção, aqui, de política assemelhada.
As perspectivas são boas e, com o apoio do governo, nossa missão como empresários será continuar transformando a crise em oportunidade. Já iniciamos o debate, junto à Câmara dos Deputados, de estratégias de estímulo à vinda de turistas estrangeiros para o Brasil no período pós-Olimpíadas – iniciativa relativamente simples, mas com impactos gigantescos, dado que a atividade turística acaba por impulsionar outros setores produtivos. O trade turístico deve apoiar ações para captação de outros eventos esportivos e culturais, utilizando os centros esportivos como espaços de excelência para receber atletas de todo o mundo, e transformar o Brasil em referência para treinamento de alta performance da América Latina. A Vila dos Atletas e o Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, serão as únicas instalações deste porte na América do Sul.
Mas, somente por meio do trabalho conjunto entre governo e empresários, será possível colher frutos. Não há dúvida de que o setor continuará lutando por nossas bandeiras, independentemente do contexto econômico. Porém, a parceria com o Ministério do Turismo, o seu fortalecimento como Pasta estratégica e a indicação de um nome forte para capitaneá-la são imprescindíveis para viabilizar bons resultados.