Rock in Rio 2015 injeta mais de R$ 500 milhões de reais na economia do Rio de Janeiro
[Por Osiris Marques, Revista Eventos, 25/10/2015]
Com um público de quase 600 mil pessoas, o Rock in Rio 2015 comemorou 30 anos da realização deste evento que iniciou sua empreitada em 1985 e que já foi realizado em 4 países. No Rio de Janeiro, foram seis edições, contando com essa última.
O Observatório do Turismo da Universidade Federal Fluminense foi a campo para conhecer os turistas que participaram do evento e mensurar o impacto econômico que o evento gerou para acidade. Coordenada por mim e pelos professores João Evangelista Dias Monteiro e Marcello Tomé, a pesquisa foi realizada durante os sete dias de realização do evento na cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca. As abordagens foram feitas na entrada do evento, tendo sido realizada quase 1.200 entrevistas ao longo destes dias. Neste post trazemos, com exclusividade para a Revista Eventos, os principais os principais resultados da pesquisa.
Ao todo, foram 295.120 turistas que participaram do Rock in Rio 2015, o que representa 49,6% do total de participantes. Destes, apenas 2% eram turistas internacionais, mostrando que, apesar das atrações internacionais, o Rock in Rio tem um público eminentemente nacional. Estes turistas ficaram, em média, quase 5 dias na cidade e gastaram, por dia, cerca de R$ 175,40. Quando fazemos o recorte por nacionalidade, os turistas brasileiros ficaram, em média, 4,83 dias na cidade e tiveram o gasto médio de R$ 172,70, enquanto que os turistas estrangeiros ficaram, em média, 7,6 dias na cidade e gastaram, por dia, cerca de R$ 303,90.
O impacto econômico total do Rock in Rio na cidade do Rio de Janeiro, foi de R$ 532 milhões, sendo que o turistas nacionais gastaram R$ 490 milhões e os turistas estrangeiros gastaram R$ 42 milhões de reais. Apesar da pouca participação, o turista estrangeiro ficou mais tempo na cidade com um gasto médio maior também, o que justifica sua elevada geração de gastos na cidade.
A pesquisa também levantou aspectos sociodemograficos dos participantes. Os homens tiveram uma participação pouco maior que as mulheres, representando 53% dos participantes. A idade média dos participantes foi de 27,8 anos, sendo que a faixa de 21 a 24 anos foi a que apresentou a maior frequência, de 25,3%. Dos brasileiros, a maioria era proveniente de São Paulo (30,8%), Minas Gerais (15,7%) e do próprio Estada do Rio de Janeiro (8,9%). No entanto, a pesquisa identificou que todos os estados estavam representados na amostra.
Muitos já haviam visitado o Rio de Janeiro anteriormente. A média de vezes que os turistas participantes do Rock in Rio vieram a cidade foi de 6,7 vezes. Contudo, quase 50% dos participantes estavam na cidade pela primeira ou pela segunda vez, o que demonstra a capacidade do evento de atrair público novo e capitalizar novos turistas para a cidade.
Uma outra informação relevante é que apenas 13,7% dos turistas pretendiam visitar outra cidade do Estado do Rio de Janeiro. A grande maioria pretendia ficar na cidade do Rio de Janeiro e tiveram como principal motivação para vir à cidade participar do evento (63%).
Por fim, pedimos aos turistas para avaliar alguns quesitos da cidade, dando uma nota de 0 (zero) a 10,0 (dez), onde zero era péssimo e dez era excelente. Na avaliação geral, a cidade ficou com nota 8,0. Nos quesitos específicos, as melhores avaliações foram para os locais de alimentação da cidade e para os meios de hospedagem, ambos com média 9,1 e a qualidade dos serviços, que ficou com média de 8,6. Os preços foram o quesito com pior avaliação, com média de 6,7.
A pesquisa demonstrou que, além da importância do evento para movimentar a economia carioca, o Rock in Rio entra na casa dos 30 anos com grande vitalidade e com uma capacidade importante de renovar o seu público. Muito bom para a continuidade do evento e melhor ainda para o turismo da cidade.