Como planejar casamento, formatura e aniversário de criança gastando pouco
[Por ZH, 26/09/2015]
Tempos de fartura na economia e contas bancárias bem guarnecidas impulsionaram as festas glamourosas e de produções impecáveis no Brasil. Em 2014, casamentos, aniversários de um ano, debutes e formaturas movimentaram quase R$ 17 bilhões, conforme a Associação Brasileira de Eventos Sociais. A obsessão pelas celebrações prossegue, mas a produção… Quanta diferença.
– Embora ninguém esteja disposto a abrir mão de uma festa que planeja há anos, o pedido por descontos virou regra – explica Luciane Pacheco, diretora-secretária da seção gaúcha da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc).
Depois de receberem um orçamento, os clientes têm batido o pé por redução de 15% a 20% nos preços. Corta-se principalmente nos bufês – substituindo jantares sofisticados por brunch ou festival de crepes –, nas decorações e, agora, na lista de convidados, que está ficando mais enxuta.
– As empresas de eventos têm se obrigado a renegociar com fornecedores e cortar custos de operações. É uma nova realidade para um setor que vinha crescendo muito nos últimos anos – diz Luciane.
Sammia Fabiana Ferreira Vilela, criadora do site casandosemgrana.com.br, percebe que a crise deixou mais criteriosos os noivos das classes B e C, enquanto os da A continuam gastando sem moderação. Tornou-se muito comum aprofundar a pesquisa entre produtoras e até reunir a família para dividir tarefas como decoração, confecção de vestido e fotos e vídeo.
– Em vez de fazer um megajantar para 300 pessoas em um salão luxuoso, parte dos noivos prefere um lanche ao ar livre para amigos e parentes mais próximos – exemplifica.
Deixar de lado alguns requintes que não sacrifiquem o principal pode trazer economia de pelo menos 30% em relação aos preços habituais das produtoras, garante Sammia. Em alguns casos, a redução no custo pode até ser maior.
Na riqueza e… no aperto
Há 10 anos juntos, a gestora financeira Rafaela Rodrigues Gonçalves e o músico Evandro dos Santos Vargas se assustaram quando começaram a levantar preços para efetivamente trocar alianças: de R$ 30 mil a R$ 40 mil. Só o vestido de noiva custaria R$ 2,6 mil.
– Não fazia sentido gastar o preço de um carro zero para fazer uma festa de casamento. Decidimos cortar tudo o que fosse possível – diz Rafaela, 23 anos.
A primeira decisão foi levar a cerimônia, marcada para dezembro, de Porto Alegre para Alegrete, onde vivem os familiares de ambos e os preços de locação de espaço, decoração e bufê são bem mais baixos do que em Porto Alegre, garante a noiva. Até o vestido vai ser feito na cidade da Região Oeste, onde a costureira ofereceu um preço mais sedutor.
Dias promocionais e clubes de desconto podem fazer o cinema sair mais barato
A segunda ideia foi fazer a festa em uma terça-feira.
– É surpreendente como baixa tudo no meio de semana. Até o fotógrafo vai sair por um terço do valor que custaria em uma sexta ou sábado – conta Rafaela.
Os convites, que costumam custar de R$ 6 a R$ 14 cada, serão feitos pelo próprio casal, a um valor irrisório. A internet também serviu de aliada. Para a celebração, muitos dos acessórios de decoração e itens descartáveis (como toalhas de mesa) foram importados da China – nos bons tempos em que o dólar ainda se comportava abaixo dos R$ 3.
O saldo do planejamento todo: a festa para 60 pessoas sairá ao preço de R$ 6 mil, 20% menos do que o primeiro valor orçado.
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