Economia Criativa, cooperação na cadeia produtiva e certificação são temas abordados na Cocal 2015
Conceito relativamente novo, a economia criativa foi tema de painel na manhã de sábado (07/03) durante o XXXII Congresso da Federação de Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina (COCAL 2015) e mostrou que é um nicho especial para o setor de eventos. Participaram do painel o designer Eduardo Barroso, uma das coordenadoras do Movimento HotSpot em São Paulo, Graça Cabral e o presidente da ABEOC São Paulo, Rodrigo Cordeiro.
Barroso mostrou como Florianópolis conquistou o selo de Cidade Criativa da Unesco na área de gastronomia. E citou exemplos de cidades que souberam transformar sua cultura em inovação e produto e criaram eventos que transformaram a economia da região, como a Oktoberfest (Blumenau), Festival de Parintins, FLIP em Parati. “Todas essas cidades acreditaram na inovação que estes eventos podiam trazer e geraram riqueza a partir daí”.
Segundo dados divulgados no ano passado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, o PIB da indústria criativa foi de R$ 126 bilhões em 2013, cerca de 2,6% do total. O avanço na última década foi de 69,8%, maior do que o crescimento de 36,4% do PIB como um todo. Em nível mundial, 7% do PIB é proveniente de segmentos da economia criativa.
Cultura, design, gastronomia são alguns dos setores que movem a economia criativa. Por isso, foi importante a contribuição de Graça Cabral sobre o Movimento HotSpot, prêmio de inovação e criatividade criado em 2013 e que busca reconhecer talentos brasileiros em 11 categorias. Ela deixou alguns conselhos para quem pretende criar um evento novo: “É preciso pensar no público que será beneficiado por ele. Nossos olhos têm que brilhar para convencer os parceiros a investir na sua ideia. E temos que acreditar e dizer sempre: Sim, eu posso”.
O moderador Rodrigo Cordeiro fez um convite aos congressistas no início deste painel. Pediu para que todos curtissem e compartilhassem uma foto da plateia tirada e postada no facebook no momento, para refletirmos sobre a repercussão que uma ideia simples pode gerar. Após 45 minutos, 2142 pessoas foram alcançadas pela postagem na fan page da ABEOC Brasil (facebook.com/abeocbrasil), com 341 interações – cliques, curtidas, compartilhamentos e comentários
Cooperação é essencial
Com mediação de Alisson Batres, presidente da Cocal, o painel sobre a cooperação Convention & Visitors Bureau– CVB’s e OPC’s para o fomento do destino, reuniu também Bruce MacMillan e Paul Vallee. “O desafio de um destino é se destacar da multidão, e para isso a cooperação é fundamental”, resumiu Vallee, vice-presidente executivo do Tourism Vancouver. Para responder à pergunta “como uma cidade pode cooperar com suas “concorrentes”, Vallee citou a “Best Cities”, uma aliança global de destinos que compartilha informações para trazer negócios para a rede, além de difundir padrões de serviços entre os destinos participantes, que recentemente passou a ter Bogotá (Colômbia) como a primeira cidade sul-americano. MacMillan reforçou que uma forte parceria entre CVB e OPCs é “crítica” para o sucesso de um destino. Entre as tendências para CVBs, o presidente e consultor da Bandwidth Management and Consulting citou a criação de eventos pelos conventions, não apenas a captação.
Também no dia (07/03), o painel moderado por Ferdinando Lucena, gestor do Centro de Convenções de João Pessoa, com a participação de Juliana Castanho, diretora executiva do Floripa CVB e Toni Sando, diretor executivo do São Paulo CVB, abordou a necessidade de unir iniciativa privada e poder público, para pensar juntos no desenvolvimento do destino para atrair, captar e criar eventos.
Falta de Certificação limita crescimento
O último painel da manhã do dia 07/03 tratou da importância da certificação de empresas e profissionais da cadeia produtiva de eventos. “Certificação é um diálogo facilitador de negócios”, anunciou Luiz Carlos Barboza, coordenador de capacitação do Programa de Qualidade ABEOC Brasil, moderador do painel. Já a gestor do Programa de Qualidade, Andrea Faria, do Sebrae Nacional, Andrea Faria comentou sobre o desafio de sensibilizar as empresas, mas ressaltou que todas as metas do Programa foram superadas, com 232 empresas participantes, 97 certificadas e aumento do faturamento das empresas participantes em 16% no ano de 2014, segundo ano da qualificação.
Luiz Boschetti contou como foi a experiência da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT nas auditorias para a certificação através do Selo de Qualidade Abeoc Brasil. “Foi um facilitador a forte consultoria que as empresas receberam no Programa de Qualidade”, destacou.
Para concluir o painel, Eduardo Chailo, Presidente e Diretor Executivo do Global Meetings e Tourism Specialists LLC falou sobre a certificação de profissionais. “A falta de certificação limita o crescimento da indústria de reuniões na América Latina”, analisou.
Com moderação de Pablo Weil, Marta Rossi (Festuris – Festival de Turismo de Gramado) e Caco Raabe (Latinsports – IronMan Brasil) apresentaram painel com o case de seus dois eventos de sucesso, hoje referências mundiais nos respectivos segmentos. Desde 2013 o Festuris conta com o Salão MICE ABEOC Brasil, e este ano será realizado de 5 a 8 de novembro, em Gramado.
Promoção da Federação de Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina, o XXXII Congresso da Federação de Entidades Organizadoras de Congressos e Afins da América Latina (COCAL 2015) é uma realização da ABEOC Brasil e tem como patrocinadores masters a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA). Foi realizado de 5 a 7 de março, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis.