O impacto da nova classe média no turismo brasileiro
[MTur, 27/11/2014]
O avião tem sido o meio de transporte de mais da metade dos brasileiros em viagem de férias. Muitos deles – há que se diga – estão voando pela primeira vez. É o caso de Polianna Carvalho, de 24 anos, com férias marcadas para Salvador. Natural de Curitiba e recém-formada em Direito, ela deseja conhecer o Pelourinho, o Elevador Lacerda e o Farol da Barra. “Espero que seja o primeiro de muitos passeios”, afirma Polliana.
O aumento de renda da população é um dos fatores que justificam o aquecimento do turismo e o crescimento das viagens de avião. Atualmente, 108,5 milhões de brasileiros ocupam a classe média – e têm renda mensal entre R$ 320 e R$ 1.120, de acordo com pesquisa do Serasa Experian e Instituto Data Popular. Com isso, o poder de consumo cresceu e os brasileiros passaram a sonhar com um passeio de férias, descanso e lazer.
A classe C, como é conhecida, pretende gastar R$ 8,5 milhões em viagens, ainda de acordo com Serasa Experian e Instituto Data Popular, em uma tendência que se tornou mais evidente nos últimos anos. Segundo o Ministério do Turismo, o número de viagens domésticas atingiu um recorde de 201,8 milhões em 2013. Este número era bem menor (138,7 milhões) em 2004.
Como consequência, a procura por viagens de avião também cresceu: cerca de 7,3 milhões de passageiros voaram pelo país em outubro deste ano, 6,7% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas.
Para a alta temporada, as duas maiores companhias aéreas do Brasil anunciaram cinco mil novos voos entre dezembro deste ano e fevereiro de 2015, com origem nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.
A diminuição do preço das tarifas também tem sido um fator estimulante ao viajante brasileiro. Dados da Associação Nacional de Aviação Civil apontam que, atualmente, a média de uma tarifa nos trechos nacionais está em torno de R$ 341. Há dez anos, este valor era R$ 678.
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