Conselho de Turismo avalia oportunidades geradas pela Copa do Mundo no Brasil
[Por CNC, 08/11/2012]
Entre 2010 e 2014, a Copa do Mundo vai gerar cerca de 142 bilhões de reais adicionais na economia brasileira, criando mais de 3 milhões de empregos por ano que, a princípio, serão vagas temporárias. Os setores mais beneficiados diretamente são os da construção civil, de serviços prestados às empresas, seguidos pelos serviços de alimentação, bebidas, hotelaria e turismo, entre outros. Por isso, as oportunidades de negócios na Copa do Mundo de 2014 pautaram a reunião do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bnes, Serviços e Turimo (CNC), em 7 de novembro.
A reunião contou com a participação do coordenador de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro da Comissão de Estudos Jurídicos do Conselho Nacional do Esporte, o advogado Pedro Trengrouse, que aposta na realização de eventos públicos em todo o País como a principal oportunidade de incentivar o turismo doméstico e proporcionar grandes investimentos para o comércio local.
Os patrocinadores oficiais da Copa pagam à Fifa cerca de 8 bilhões de reais, mas o governo brasileiro é o maior investidor, que sozinho vai gastar cerca de R$ 22 bilhões, sendo R$ 6 bilhões apenas na construção de estádios. Trengrouse acredita que a melhor forma de intensificar o retorno desses investimentos públicos é garantir a participação da população brasileira através de eventos como os Fifa Fan Fests, que articulam entretenimento, música e exibições dos jogos. “São 200 milhões de brasileiros para 3 milhões de ingressos. Metade são ingressos corporativos, distribuídos entre patrocinadores, e a outra metade para o resto do mundo, então a única maneira de ganhar escala e promover a inclusão social, para que o povo possa participar da Copa, é através dos eventos de exibição pública” afirmou.
Nas 12 cidades-sedes do Mundial de 2014 a Fifa vai instalar telões para que torcedores possam assistir aos jogos do torneio de graça, os chamados Fan Fests. Trengrouse revela que os gastos planejados são de R$ 200 milhões e questiona: se “No Brasil, com dimensões continentais, vocação para eventos de massa, como reveillons e carnavais que acontecem todo ano, e com o futebol mobilizando a população inteira, será que isso é o suficiente?”. Para Trengrouse, se o governo investe R$ 22 bilhões para receber a Copa, deveria investir mais do que R$ 200 milhões para ativar esse investimento e ter o maior alcance possível. “São 12 cidades-sedes, mas é o Brasil todo que tem a possibilidade de fazer eventos e quanto mais eventos acontecerem, maior é o turismo interno”, reafirmou.
A organização de eventos públicos é livre e as regras para realização já foram divulgadas pela Fifa. Trengrouse acredita que “é preciso ousar e formatar esses eventos para a realidade brasileira, e cabe a espaços como o do Conselho de Turismo da CNC, onde a sociedade civil organizada se faz representar, buscar do governo a atenção para essas oportunidades que não podem ser perdidas”. finalizou. Os dados apresentados por Trengrouse fazem parte do estudo “Brasil Sustentável – Impactos Socioeconômicos da Copa do Mundo 2014”, realizado pela FGV em parceria com a Ernst Young.