Índice de ocupação em hotéis chega a 80%
[Por Diário do Grande ABC, 01/11/2011]
Os hotéis da região têm observado demanda crescente. Os empreendimentos chegam, neste ano, a índice de 80% de ocupação média, enquanto, há dois anos esse percentual era inferior a 70%.
Essa taxa, segundo os estabelecimentos ouvidos pelo Diário, deve-se principalmente ao movimento de segunda a sexta-feira, período em que praticamente não ficam vagas disponíveis. Isso acontece por causa da força da atividade industrial na região: executivos do interior de São Paulo ou de outros Estados que vêm para participar de treinamentos, convenções e outros tipos de eventos empresariais.
Por sua vez, aos fins de semana, por conta desse perfil do setor, a procura cai. Quase todo (mais de 80%) o fluxo de hóspedes é do turismo de negócios. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC, Wilson Bianchi, o aumento da ocupação reflete o número insuficiente de hotéis na Capital para dar conta da procura. “Além disso, a hotelaria da região melhorou consideravelmente”, afirma.
O dirigente cita que o cenário econômico ajudou, mas “havia uma demanda reprimida”. Ele acrescenta que, nos últimos dez anos, com a chegada de novos hotéis – como o Plaza Mayor, o Ibis e o Mercure, em Santo André, por exemplo – passou a haver mais opções e as pessoas que não ficavam no Grande ABC passaram a se hospedar por aqui.
Além desses estabelecimentos, outros mais antigos, como o Park Plaza e o Pampas Palace, também têm se beneficiado da procura aquecida. O primeiro empreendimento – que existe há 30 anos e está iniciando ampla reforma, com investimento de R$ 10 milhões – registrava em 2009 ocupação da ordem de 70%, índice que subiu para 75% em 2010 e, neste ano, foi a 80%. De segunda a sexta, segundo o diretor de novos negócios, Marco Antonio Buonomo, esse percentual chega a 98%.
O Pampas Palace, fundado em 1974, também tem observado números crescentes. O gerente administrativo do Pampas, Jandetson Rodrigues, assinala que hoje a ocupação gira em 80% durante a semana, bem mais que há dois anos, quando ficava entre 40% e 50%. “A melhora na ocupação é notável”, afirma.
INFLUÊNCIA- Os valores praticados na região são menores que na Capital. Bianchi cita que, para hotel de mesma rede, que cobra R$ 210 em São Paulo o valor gira em R$ 170 por aqui. No entanto, ele considera que isso não é determinante para a opção do executivo. Para ele, mais importante do que essa questão foi a melhoria da infraestrutura viária, com a construção do Trecho Sul do Rodoanel, que facilitou o acesso à região.
Falta de vagas para a Copa de 2014 preocupa
Se por um lado a taxa de ocupação crescente é uma boa notícia para os empresários do setor hoteleiro da região, há um aspecto que preocupa o segmento: a falta de vagas de hotel para dar conta da demanda nos próximos anos, por exemplo, para o atendimento aos turistas durante a Copa do Mundo de 2014. O presidente do Sehal, Wilson Bianchi, diz que seriam necessários mais 200 quartos em São Bernardo. Isso porque, durante os dias de semana, os estabelecimentos ficam lotados.
O dirigente assinala que esse problema é de difícil solução no médio prazo. “Não tem nenhum hotel novo pensado para a Copa”, diz. E ele reclama que o alto custo de implantação – que estima em R$ 15 milhões para imóvel de dez andares -, o lento retorno e o excesso de burocracia atrapalham os projetos na área