Mudanças nos eventos e no formato das promoções turísticas
[Por Bayard Boiteux, Revista Eventos, 06/04/2017]
A cada ano que passa,os eventos de turismo vão minguando e perdendo qualidade.Costuma-se verificar que o que atrai o trade turístico são os coquetéis, jantares, sorteios, sobretudo quando são ofertados gratuitamente. Por tal razão,muito se discute hoje sobre a eficácia real de tais atividades e se realmente geram aumento de vendas ou simplesmente uma visibilidade fictícia. Hoje, vamos conversar um pouco sobre tais paradigmas.
Queria começar dizendo que o trade turístico,com raras exceções não está habituado a programas de capacitação. Não investem em conhecimento e informação e acham-se donos de informações privilegiadas, já ultrapassadas. Não se cansam de falar do passado,discutir assuntos sem relevância e acabam caindo numa rotina repetitiva de reclamação.Nos cursos de pós,na área de turismo,que estão também acabando ,vejo pouquíssimos dirigentes de empresas(sempre muito ocupados e com muitas reuniões) e os demais alunos nunca recebem incentivo de suas empresas ,para os cursos. Eis o primeiro erro fatal. Devem todos voltar aos bancos de instituições de capacitação e se reciclar ou buscar novos formatos de gestão,mesmo que em outras áreas de conhecimentos,que possam dinamizar seus negócios. Os poucos eventos de turismo que discutem problemáticas mais abrangentes ou buscam soluções são caríssimos e normalmente os palestrantes são patrocinadores,o que enfraquece os discursos críticos ou propostas. Há de se democratizar os eventos não acadêmicos(a Academia geralmente contribui com eventos gratuitos ou com preços acessíveis) e criar dentro das corporações,programas de incentivo a melhoria da qualidade final do produto,através de qualificação e reciclagem de seus donos,presidentes,gerentes,diretores e não só do operacional. A hotelaria é uma das exceções, sobretudo as grandes cadeias, que criaram suas próprias universidades corporativas.
Por outro lado,o formato de promoção hoje existente parou no tempo. Os eventos turísticos com seus stands, distribuição de papel,comida,brindes são algo que precisa ser repensado.Normalmente,migram para São Paulo,onde ainda há mais investimento empresarial e os paulistas tentam novas formas empreendedoras de se vender.Um exemplo são os famtours. Gasta-se dinheiro com pessoas sem poder de decisão ou que não atuam na venda direta do produto.São passagens aéreas,em classe executiva, hotéis, refeições,operadores locais sem uma real medição da eficácia.A escolha daqueles que vão se qualificar nos famtours tem que ser muito criteriosa e devem assinar um compromisso,que pelo menos se dispõem a participar de todo o programa. Os próprios press trips necessitam uma nova visão:hoje são tão importantes quanto os impressos,os blogs,os portais de divulgação e venda,que contem avaliação dos hospedes,algo primordial para quem busca resultados.Vamos parar de fazer almoços, jantares, coquetéis com investimentos altos que são momentos muito mais de descontação do que venda ou preparação para a mesma.
Há mudanças que podem ser implementadas e algumas empresas já o fazem:programas de capacitação na modalidade EAD sobre os produtos com certificação e conferencias on line e fóruns para troca de experiencia.E um formato mais barato,embora menos atrativo mas que pode vir seguido de vivencias in loco,para os que tiverem melhor aproveitamento nos cursos atrelado ao aumento de vendas.Outra é a criação de especialistas no destino ou na empresa com certificação,acompanhamento e bonificação,com ciclos de palestras e experiências virtuais.
É um assunto que deve ser discutido sempre e com a mente aberta para que se chegue a algo mais eficaz …São algumas considerações …