Salvador aposta na captação de eventos para retomar taxa saudável de ocupação hoteleira
[Por Mercado e Eventos, 30/07/2016]
Com mais de 39.000 leitos espalhados pela capital, Salvador vive uma das piores crises hoteleiras de toda sua história. Para se ter uma noção, a taxa de ocupação média para o mês junho não passou de 40%. Por outro lado, a competitividade da capital baiana cresceu de 2013 a 2015, mais de R$ 180 milhões foram investidos na revitalização da orla e mais de R$ 80 milhões foram destinados à reforma e construção de espaços culturais.
Apesar do orçamento milionário destinado à revitalização da capital, como reverter a situação da hotelaria soteropolitana? O M&E teve a oportunidade de entrevistar o secretário de Turismo e Cultura de Salvador, Érico Mendonça, que não escondeu a preocupação em retomar logo os números saudáveis da cadeia hoteleira da cidade.
Para ele, apesar da cidade estar se reinventando infraestruturalmente e culturalmente, este é um dos problemas que precisa ser rapidamente solucionado. “Tivemos uma super oferta adicional de 2.800 quartos a partir da Copa do Mundo 2014, com a maioria das unidades voltadas para o turismo corporativo, e ao mesmo tempo vimos o único Centro de Convenções da capital fechar. Dois elementos que foram fundamentais para chegarmos a esta situação na hotelaria, e agora é a hora de captarmos eventos e criamos plataformas festivas para fomentar negócios”, disse.
Érico afirmou que uma parte do Centro de Convenções ligado à congressos deve ser reformado até novembro, uma vez eventos já estão marcados para a data. No entanto, o secretário reconheceu que o pavilhão maior para receber feiras de médio e grande porte ainda não tem previsão de ser reinaugurado. “O Estado tem um projeto de fazer um novo centro de convenções, mas o trade não quer por conta do possível fechamento do atual, que tem uma melhor localização, e também pelo tempo que se leva para construir um empreendimento como estes”, disse.
Por outro lado, mais de R$ 260 milhões estão sendo investidos na retomada do caminho exponencial de crescimento no número de turistas, a fim de manter Salvador na liderança do Nordeste. Além de Sol & Praia, a Secretaria de Turismo e Cultura quer trazer um diferencial competitivo para a cidade com a investida no turismo cultural, étnico, religioso e gastronômico.
Para isso, decidiu recuperar toda a casa de Jorge Amado, a Casa do Benin (museu que conta a história da origem dos escravos), o Forte de Santa Maria, o Forte de São Diogo, o Espaço Carybé, requalificar 36 quilômetros de orla, investir na renovação de frota de ônibus executivos e no turismo náutico, entre outros empreendimentos e setores.
“Ainda temos algumas intervenções a serem realizadas, como bairros que podem ser agredados, o fortalecimento da economia criativa ao aproveitar o turismo como forma de atuação, a criação de um centro multieventos e finalizar toda a requalificação da orla, uma obra prevista para terminar até 2017”, prometeu o secretário.