Afinal, quem representa a hotelaria no Brasil?
[Por Artigo de Peter Kutuchian, Hotelier News, 19/10/2015]
Já conversamos com vários hoteleiros nos últimos meses e alguns deles cobram uma posição sobre a representatividade do setor nas esferas políticas. O objetivo claro é mostrar que a hotelaria é responsável em empregar milhares de trabalhadores, movimentar a economia com investimentos imobiliários, econômicos, além de ser a casa dos turistas internacionais que vêm para cá com ímpetos comerciais ou de lazer.
Para exemplificar, existem atualmente várias entidades associativas que representam os mais de 25 mil meios de hospedagens brasileiros. Exemplos como a ABIH Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), ABR (Associação Brasileira de Resorts), além de outras dezenas de associações isoladas como de pousadas, hotéis, etc.
Escutamos há vários anos que os hoteleiros são desunidos, cada um por si e todos por ninguém. Que na hora do vamos ver, cada um vai pro seu lado e que se danem os acordos e as tarifas.
Na semana passada, durante um evento em São Paulo, a pauta voltou à tona com a afirmação que o País não tem índices e números para saber o que acontece verdadeiramente no mercado. Que o planejamento se torna difícil porque são poucos os hoteleiros que divulgam suas taxas acumuladas de ocupação e de diária média entre si, favorecendo entre todos a análise para onde se ir.
Os navios não saem do porto sem suas cartas náuticas, sem a projeção das rotas. Um edifício não é construído sem as plantas da edificação e sem os cálculos da resistência dos materiais, para ver se suportam o próprio peso. Uma equipe de Fórmula 1 não consegue competir se não tiver todo o histórico dos treinos e da performance de seus carros e, principalmente, se deixar de acompanhar os concorrentes, para saber como as curvas são conquistadas por eles.
Por sua vez, os hotéis não podem atuar sem saber dos índices que se transformam no histórico de suas performances, e que junto com os números de seus concorrentes, podem nortear as ações e estratégias para que se atinjam os objetivos. Afinal, são poucos os empreendimentos que são destinos, e em 95% dos casos, os clientes escolhem primeiro o destino, só para depois pensarem na hospedagem.
Talvez seja pela falta dessa união que tantas associações tenham sido criadas ao longo dos anos, cada uma indo atrás de seus próprios interesses. O fato do País ter um tamanho continental também dificulta um pouco a centralização dos esforços. Mas, tomando-se por exemplo os Estados Unidos, lá existe uma única associação, a AH&LA (American Hotel & Lodging Association) que representa todos os meios de hospedagem daquele país.
A união faz a força, e são poucos os hoteleiros que já têm consciência disso.
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