Plataforma de eventos aponta Globalização da Indústria local de Feiras de Negócios
[Por Administradores.com, 20/09/2015]
A plataforma de busca de eventos Guia de Feiras deverá ultrapassar os 2 mil eventos em 2015, contra pouco mais de 1.800 em 2014. Com este número de registros, estima-se estar bem próximo do universo total de feiras e eventos brasileiros com foco na geração de negócios, que é o alvo do portal.
O Guia de Feiras é parte do portal QuemFornece.com e foi criado como um item estratégico do seu portfólio de informações e serviços para a alavancagem dos negócios de empresas que se cadastram em sua plataforma eletrônica.
O Guia de Feiras permite a empresas de todos os portes o acesso fácil ao universo dos eventos setoriais e a exploração mais eficiente de seu poder gerador de negócios. A plataforma registra os detalhes relevantes de eventos de todas as regiões do país e oferece várias opções de filtragem, inclusive com buscas segmentadas em 85 áreas de negócios. Ainda em fase de expansão, a plataforma cresce rapidamente em audiência e deverá encerrar 2015 com mais de 1,5 milhão de consultas.
Multinacionais Investem em Feiras no Brasil
De acordo com o estudo realizado pelo QuemFornece.com, o setor de feiras e eventos de negócios vem passando por um processo de amadurecimento no Brasil, com a participação cada vez mais expressiva de grandes empresas globais.
O movimento começou ainda nos anos 90, com a entrada das alemãs Messe Frankfurt (que comprou a Guazelli Feiras) e Hannover Fairs Sulamérica, além das inglesas UBM e Reed Exhibitions. Porém, o processo teve o lance mais marcante em 2007, com a criação da joint venture entre a Reed Exhibitions, maior promotora de feiras do mundo, e a brasileira Alcantara Machado, maior da América Latina.
Também já operam no Brasil as gigantes GL Events (francesa), Fiera Milano (italiana), Informa (inglesa) e NürnbergMesse (alemã), entre outras.
Outro movimento importante é o da aquisição de eventos já consolidados, como a compra da Intermodal em 2008 (setor de Logísitica e Transportes), pela UBM Brazil e da Equipotel (feira do setor de Hotelaria realizada há mais de 50 anos), em 2012, pela Reed Exhibitions.
Em 2015, mais duas das mais importantes feiras do calendário brasileiro passaram para o portfólio de empresas estrangeiras: a Futurecom (maior feira e congresso no setor de Telecomunicações no Brasil), foi adquirida pelo grupo Informa e a tradicional Hospitalar (maior feira do setor de infraestrutura para o setor saúde), pela UBM Brazil.
Na opinião de Lilian Goldner, diretora do QuemFornece.com, que coordenou o mapeamento do mercado brasileiro de organizadoras, o interesse das maiores empresas internacionais em estabelecer operações no Brasil, demonstra que elas perceberam, antes mesmo do mercado local, o grande potencial do Brasil como polo de eventos na América Latina.
A executiva afirma que este movimento foi decisivo para o amadurecimento do setor, mas ressalta que ainda falta, por parte das empresas expositoras, um pouco mais de conhecimento e confiança nas feiras como uma plataforma eficiente de negócios.
“O país já conta com uma estrutura muito boa para eventos e as entidades do setor fazem um excelente trabalho na capacitação de pessoal e na captação de novos e relevantes eventos para o país”, acrescenta Lilian.
“Porém, temos plena convicção que as empresas brasileiras ainda podem se beneficiar muito mais com a participação em feiras”, acrescenta.
Muito além do Turismo de Negócios
Na Alemanha, aponta Leila Monteiro Schmidt, sócia de Lilian Goldner no QuemFornece.com, as feiras são vistas como a locomotiva da economia e grande palco para as empresas se apresentarem para o mundo.
Segundo ela, no Brasil, as feiras são frequentemente avaliadas e valorizadas por seu impacto no setor de Turismo. “Mas, explica a executiva, os dados do mercado alemão apontam um aspecto ainda pouco abordado no Brasil, que é o impacto das próprias empresas expositoras e de suas feiras no contexto global da economia dos setores em questão. Na Alemanha, as empresas expositoras injetam duas vezes mais recursos na economia do que os visitantes desses eventos”, prossegue Leila.
Ela chama a atenção para o fato de que tal característica contrasta com a magnitude dos eventos alemães em volume de visitação. “Estamos falando de feiras gigantescas como a IAA, no setor automotivo, que leva mais de 880 mil visitantes a Frankfurt (uma cidade de apenas 687 mil habitantes), e como a BAUMA, no setor de construção, que atrai mais de 550 mil visitantes a Munique (cidade com 1,4 milhão de moradores)”, acrescenta.
Na análise de Leila Schmidt, o setor de Turismo é, de fato, um beneficiário natural dos eventos. “Mas, a exemplo do que vemos na Alemanha, o impacto das feiras na economia é muito mais amplo”, destaca.
Trabalhando na Alemanha desde 2001, Leila viu na prática como as feiras são importantes para as empresas de lá e sua participação estratégica na geração de negócios. Em média, as empresas alemãs participam de 8 feiras por ano, cinco no país e três no exterior. “Quase tudo na Alemanha começa em uma feira”, acrescenta.