Centro de Convenções em Porto Alegre será junto à Fiergs
[Por Jornal do Comércio, 08/09/2014]
Houve consenso: o espaço não é o ideal, mas é o que tem. O secretário de Turismo de Porto Alegre, Luiz Fernando Moraes, apresentou a lideranças do setor hoteleiro e gastronômico, ontem, projeto que prevê a criação de um Centro de Convenções em uma área da prefeitura de quatro hectares localizada contígua à Fiergs. O plano arquitetônico ainda não foi desenvolvido, mas o espaço idealizado contaria com três pavilhões de 10 mil m2 e pretende deslocar do eixo Rio-São Paulo eventos de relevância nacional e internacional.
A outra área cogitada na Capital, um terreno de 27 hectares localizado na avenida Bento Gonçalves, no bairro Partenon, saiu do páreo devido a impedimentos ambientais. Os ajustes necessários impactariam no custo da obra, inviabilizando o projeto.
A verba de R$ 60 milhões, destinada pelo “PAC do Turismo”, do governo federal, já foi liberada pela Caixa. Corpos técnicos de 12 secretarias municipais trabalham agora em um termo de referência com todas as especificações do espaço, o que servirá como base do edital de licitação. O entrega dos estudos está prevista para junho do ano que vem. Um dos empecilhos é uma possível contaminação asfáltica do solo, proveniente de uma fábrica contígua à área.
Não é o ideal porque não é grande o suficiente para comportar um estacionamento, por exemplo, manifestaram os presentes. A proposta inicial é trabalhar integradamente com a Fiergs neste quesito, utilizando de forma conjunta as 3.100 vagas do Centro de Eventos do local. “É um bom dinheiro, mas não o suficiente para construir nos moldes que queríamos”, disse o secretário. Como referência nacional, ele citou o Centro de Convenções de Fortaleza, que teve investimento de R$ 600 milhões.
A construção de um espaço próprio para reforçar a cidade no roteiro do turismo de negócios é reinvindicação antiga do setor. Razão de certo trauma. Em 1983, por questões burocráticas, Porto Alegre perdeu recursos para Foz do Iguaçu para uma construção correlata. “Ou é essa área ou perdemos o dinheiro”, disse Carlos Henrique Schimdt, presidente do Sindicato de Hotéis de Porto Alegre (Shpoa). De acordo com o secretário Luiz Henrique, esta possibilidade não existe. “Temos um contrato assinado com a Caixa e apresentamos prazos viáveis que serão cumpridos”.
Afora pormenores, todos reconheceram a “perseverança” do secretário para a implantação do projeto. “Existem empecilhos pontuais, daquelas pessoas que sempre lutam contra o desenvolvimento de Porto Alegre, mas o importante é botar o pé e iniciar o empreendimento, que é fundamental para a cidade”, declarou Schmidt.
O secretário respondeu com otimismo. “Porto Alegre ficou para trás em termos de espaços para feiras e eventos. A construção nos devolverá a competitividade, o que significa maior fluxo de turistas e um número maior de negócios”. Uma dúvida, porém, é quanto à governança do local. Para o secretário, este seria um segundo passo. “Vamos esperar o projeto executivo, mas teríamos que avaliar a possibilidade de um trabalho integrado também com a Fiergs”. “Sendo otimista”, admitiu, as obras iniciariam em 2016.