Para evitar inglês ruim, empresas passam a exigir certificado, diz porta-voz de Cambridge no Brasil
[Por R7, 19/11/2013]
As empresas nacionais e multinacionais que operam no Brasil estão cansadas de “pagar para ver” o nível de inglês dos candidatos em seus processos seletivos. Isso é o que defende o porta-voz da área de teste de proficiência da Universidade de Cambridge no Brasil, Rone Costa.
— A gente tem sentido que as empresas estão exigindo algum tipo de comprovação internacional de inglês.
A Cambridge ESOL, que Rone coordena, é o segmento da universidade responsável pela aplicação dos testes para certificação em inglês no Brasil todo.
O gerente de desenvolvimento conta que houve uma melhora no inglês do brasileiro, tanto por conta dos esforços do governo federal nos últimos anos quanto à aproximação dos grandes eventos esportivos mundiais que acontecerão no Brasil. Além disso, sobretudo por conta do processo de intensificação da internacionalização da economia brasileira, o mercado também ficou mais exigente.
— A certificação tira a dúvida do inglês fluente, pois você pode ser fluente com um nível básico. Fluência é subjetiva.
O site de imóveis VivaReal é uma das empresas com operação no Brasil cuja área de RH (Recursos Humanos) intensificou o teste de idioma no processo seletivo. Nela, para processos a cargos de gerência, por exemplo, o candidato conversa diretamente com os gringos da empresa, conta a gerente de comunicação do site, Juliana Lima.
— Colocamos o candidato para falar diretamente com os diretores. Ele é simultaneamente testado na qualidade do inglês e no que se propõe em relação ao cargo. Nesta etapa é que testamos o domínio do vocabulário específico do setor imobiliário.
Incentivos
Paralelamente ao aumento do rigor nos testes de idiomas nos processos seletivos, diversas empresas estão investindo em incentivos ao funcionário para o aprendizado, observa Rone Costa. Diversas empresas estatais e privadas vêm trabalhando em parcerias com a área de teste de proficiência da Universidade de Cambridge para programas de aprendizagem de idiomas e uso de certificações para atestar habilidades linguísticas, inclusive em processos seletivos internos.
No caso das privadas, o VivaReal, por exemplo, tem um programa de incentivo no qual a empresa ajuda a bancar o curso de inglês do funcionário, com cursos que enfatizam o vocabulário do setor imobiliário. Já no BB (Banco do Brasil), empresa estatal e principal cliente da área de teste de Cambridge, o programa capacita funcionários para prospectar mercados, estabelecer e incrementar negócios e estimular o autodesenvolvimento dos funcionários.