Incentivo pode garantir competitividade internacional ao turismo brasileiro, avalia Resorts Brasil
[Por Revista Hotéis, 04/04/2012]
O conselheiro da Resorts Brasil (Associação Brasileira de Resorts), Rubens Régis, esteve entre os dirigentes empresariais que acompanharam ontem, 3 de abril, em Brasília, o anúncio feito pela Presidente Dilma Rousseff sobre a inclusão da hotelaria entre os setores beneficiados pelo Programa Brasil Maior.
Para Régis, a medida será fundamental para os empreendimentos hoteleiros de alto padrão no país alcançarem um nível de competitividade semelhante ao de outros destinos internacionais e, dessa forma, atraírem mais turistas. “Melhoraremos nossa competitividade internacional com a chegada de mais estrangeiros. Queremos retomar ao patamar de 40% de turistas vindos de outros países que tínhamos no passado. Esse índice de estrangeiros hoje está em 20%”, afirma o conselheiro da Resorts Brasil.
Ele afirma ainda que um argentino ou um chileno que deseja viajar para o Exterior encontra pacotes para o Caribe mais baratos do que para o Nordeste brasileiro, por exemplo, apesar de estarmos bem mais próximos do mercado do Cone Sul. “Com o benefício concedido pelo Brasil Maior, essa disparidade irá diminuir”, acrescenta Régis.
De acordo com o Fórum Econômico Mundial, entre 139 nações, o Brasil é hoje o 52º país no ranking de competitividade turística, ficando atrás de Barbados, México e Costa Rica, entre outros.
Segundo a medida anunciada pelo Ministério da Fazenda, os empreendimentos hoteleiros contemplados terão a isenção do INSS sobre a folha de pagamento, e o tributo passará a incidir em 2% sobre o faturamento das unidades hoteleiras. A estimativa da Resorts Brasil é que 60 empreendimentos da categoria “resorts” sejam beneficiados, com cerca de R$ 25 milhões, pouco mais de 10% do montante que o governo estima como renúncia fiscal para todo o setor de hotelaria contemplado com a medida.
Na opinião da entidade, o benefício atende a quem realmente precisa de um incentivo neste momento na hotelaria. “O governo, por meio do Plano Maior, quis beneficiar os segmentos que estão em situação mais crítica, que sofrem com o câmbio e que são grandes empregadores de mão-de-obra. É o caso dos resorts”, defende Régis.
A curto prazo, o objetivo dos resorts brasileiros é melhorar a ocupação média, que patina em torno dos 50%. “Um dos primeiros reflexos será certamente a garantia e ampliação de empregos. O governo soube avaliar essa importância do setor para a economia”, afirma o conselheiro da Resorts Brasil.
A hotelaria de alto padrão é um segmento altamente empregador. A cada 1% a mais de ocupação, são gerados 25 mil postos de trabalho diretos e indiretos nesta atividade.
A mão-de-obra representa 50% do custo operacional de um hotel. Entre 25% e 30% do valor da diária corresponde ao custo com impostos e obrigações sociais.
Já a médio prazo, a Resorts Brasil entende que o incentivo obtido por meio do Plano Maior trará novos investimentos nas unidades instaladas e também a construção de novos resorts, o que não acontece com freqüência há cinco anos. “O setor estava na UTI, mas deve se recuperar em breve”, finaliza o executivo.