Preço da hotelaria aumentará nos próximos anos diz especialista na ABAV
[Por Business Travel, 21/10/2011]
Ao falar na quarta-feira em sessão na ABAV 2011, que acontece no Rio de Janeiro, o sócio diretor da HotelInvest, Diogo Canteras, trouxe uma nova perspectiva para o ramo da hotelaria brasileira ao comparar os dias atuais com os anos 1990, quando houve um ‘boom’ nos apart hotéis por todo o Brasil. Canteras ministrou sua palestra com base em dados de estudos realizados por sua empresa em todo o Brasil, projetando os negócios da rede hoteleira para 2015.
Dentre algumas perspectivas, ele confirmou o temor de muitos agentes de viagens: “Uma noticia boa para os hoteleiros, mas ruim para os agentes, é que o aumento das tarifas será substancial”, disse. Os investimentos na construção de novos empreendimentos, que ele considera ser uma nova onda de desenvolvimento do setor, ainda devem demorar a surtir efeito, pois, na sua avaliação, as redes de hotéis continuam em processo de recuperação, o que deverá perdurar por mais alguns anos, resultando no aumento das tarifas.
Os dados da pesquisa Placar da Hotelaria 2015 são bem preocupantes, por vislumbrar uma franca queda do setor em vários destinos brasileiros, como acontece hoje em Salvador, onde não há hotéis sendo construídos atualmente. Ele explicou que o ciclo dos hotéis começa em meio a um mercado aquecido, mas a tendência é haver um declive considerável, o que leva muitos empreendedores a acreditar que este não é um bom negócio.
Para o palestrante, essa “nova onda de desenvolvimento” é resultado de um erro cometido no passado, quando o mercado apostou em apart hotéis e não conseguiu atingir as expectativas de seus investidores. “Quando o produto é ruim, sempre estão dispostos a achar um culpado”, disse Canteras. “Na última onda de desenvolvimento hoteleiro houve uma grande irresponsabilidade por parte dos empreendedores dos apart-hotéis, que construíram sem controle e findaram por se tornar uma ideia ruim”.
Ao contrário do que se esperava, de acordo com pesquisa para o pós-Copa, não deve haver mudanças significativas deste cenário, mas uma mudança de público já acontece, como é possível ver nos resorts atualmente. Antes, o que era ocupado em massa por classe média alta, hoje a classe média emergente faz parte de uma boa parcela das ocupações: “É uma oportunidade de ouro aproveitar este público que pode pagar e quer fazer turismo”, encerra.