O setor de viagens corporativas registrou mais um mês de expansão. De acordo com dados da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o faturamento do segmento alcançou R$ 1,21 bilhão em agosto de 2025, o que representa um crescimento de 2,41% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o volume foi de R$ 1,18 bilhão.
O desempenho reforça a expectativa otimista para o ano. Segundo o diretor executivo da Abracorp, Douglas Fernandes e Camargo, a projeção é encerrar 2025 com faturamento próximo a R$ 15 bilhões. “Esses resultados do segundo semestre só reforçam nossa expectativa de que fecharemos o ano de forma positiva”, afirma.
Destaques do mês
Os serviços aéreos, que respondem por quase 60% do faturamento total, somaram R$ 722 milhões em agosto — 1,43% a mais que em 2024, mesmo com queda de 10% no número de bilhetes emitidos. Já os hotéis, responsáveis por cerca de 30% do volume, atingiram R$ 368 milhões, com alta de 4,11%. No acumulado do ano, a média da diária hoteleira subiu de R$ 360,21 em 2024 para R$ 389,66 em 2025, um avanço de 8,2%.
O setor rodoviário também manteve ritmo positivo, com crescimento de 18,23%, passando de R$ 4,6 milhões para R$ 5,4 milhões. Já os transfers tiveram desempenho ainda mais expressivo, registrando alta de 37,41% e faturando R$ 5 milhões no mês.
Outros segmentos apresentaram evolução consistente, como seguro-viagem (21,25%) e demais serviços (11,58%). Em contrapartida, houve queda em locação de veículos (-8,87%), pacotes de lazer (-17,6%), ferroviário (-16,7%), cruzeiros (-81%) e vistos e documentação (-47,75%).
Movida ganha destaque na locação
Apesar da retração no setor de locação de veículos, a Movida obteve crescimento de 6,29% no faturamento de vendas corporativas. O resultado, segundo Camargo, está ligado a novas parcerias estratégicas. “Com certeza esse desempenho tem relação com os acordos que firmamos recentemente”, destacou.geral
No total, 11 setores foram analisados pela Abracorp no comparativo anual. Embora alguns tenham sofrido retração, o balanço geral continua positivo, sustentando a trajetória de alta que vem sendo registrada ao longo de 2025.
Contexto político e global
O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou a importância do segmento para a economia nacional. “O turismo corporativo é uma modalidade que vem apresentando números espetaculares ao longo dos meses. Estamos falando de um faturamento de mais de R$ 1 bilhão somente em agosto. Isso, sem dúvidas, reflete na economia brasileira, gerando renda e emprego”, afirmou.
Ainda em agosto, o Conselho Nacional de Turismo (CNT) criou a Câmara Temática de Turismo de Eventos, voltada exclusivamente para o fortalecimento do segmento MICE (Reuniões, Incentivos, Conferências e Exibições). A iniciativa busca ampliar a competitividade internacional do Brasil, estruturar o debate técnico e apoiar a atração de grandes eventos internacionais.
No cenário global, a tendência também é de expansão. Segundo dados da consultoria GlobalData, o mercado mundial de viagens de negócios, que já havia superado os níveis pré-pandemia em 2023, deve alcançar US$ 381,63 bilhões até 2027, com taxa de crescimento anual de 11,69%.
Fonte: Mercado & Eventos
