Abear: “é mais barato enviar um passageiro ao exterior do que transportá-lo pelo Brasil”
[Mercado e Eventos, 04/10/2017]
O Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da CNC e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) estão em Brasília, nesta quarta-feira (04), para realizar o Seminário “Desafios da Aviação”. Três painéis irão abordar os principais desafios e conquistas da aviação comercial, a evolução do transporte e os novos players e política promoção do Turismo ligados à aviação.
Logo primeiro painel, o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, trouxe os principais desafios e conquistas da aviação comercial para o debate. O executivo aproveitou a oportunidade para compilar exatos cinco anos da associação em números. “A Abear trabalha desde 2012 para que o aparato do estado seja eficaz, pelo peso que ele tem no cotidiano do nosso dia a dia e pela defesa incondicional da liberdade tarifária, uma decisão do Brasil ao aderir o regime da liberdade tarifária, que fez o preço do bilhete aéreo cair pela metade”, disse Eduardo.
Ao todo, 60 aeronaves deixaram o país de agosto de 2015 a fevereiro de 2017, quando a aviação registrou 19 meses seguidos de retração e acabou perdendo mais de 7 milhões de passageiros. “Hoje nosso desafio é trazer de volta estas aeronaves e passageiros. Outro grande desafio é o custo do combustível. Isto porque cerca de 30% do que pagamos por um bilhete aqui no Brasil é combustível. A média mundial é metade disso. E o Brasil tem o dobro de preços porque é o único no planeta que tem impostos regionais sobre o querosene da aviação (QAV). O nome disso é ICMS e faz com que hoje seja mais barato enviar o turista ao exterior do que transportá-lo pelo Brasil”.
De acordo com o presidente da Abear, o desafio é aumentar a média de viagens per capita em todo o país que é de 0,5 viagem/habitante. “Precisamos que mais pessoas voem para mais lugares e com preços mais competitivos. E o grande número que interessa aos consumidores é a tarifa média doméstica no 1° semestre que, atualmente, é a metade do que era praticado há 15 anos. Cerca de 58 milhões de passagens foram vendidas abaixo de R$ 300. Além disso, os padrões internacionais de qualidade e segurança foram alcançados. E vale a pena mais um destaque bastante importante: a aviação é catalisadora e propulsora de desenvolvimento”, completou.
Eduardo Sanovicz ainda tocou na polêmica da franquia de bagagens. “Para dizer que eu não falei de polêmica, a última grande mudança que aproxima o Brasil do mercado internacional é a venda de bilhetes sem as bagagens despachadas incluídas. Hoje caminhamos para um modelo de justiça tarifária, já que somente os passageiros que despacham bagagens é que vão pagar por isso. E já surgiram até uma série de tarifas mais acessíveis”, completou.