Projeto de concessão do Pacaembu permite que o estádio volte a receber shows
[G1, 31/08/2017]
O projeto de concessão do estádio do Pacaembu, aprovado na noite desta quarta-feira (30) pelos vereadores na Câmara Municipal, prevê que o local volte a receber grandes shows.
Os shows e demais eventos que não são ligados ao esporte estão proibidos pela Justiça há mais de dez anos. No dia 29 de junho, o prefeito João Doria (PSDB) afirmou que mesmo com a privatização o estádio receberia apenas eventos esportivos.
A modificação foi incluída no texto aprovado de última hora. Segundo o projeto, será permitido geração de “receitas com a realização de eventos culturais ou de entretenimento”.
Para o presidente da Associação Viva Pacaembu, o texto aprovado na Câmara pode voltar a trazer tormentos aos moradores da região.
Eles abrem uma brecha para realização de eventos de entretenimento e não desportivos no complexo, mas há uma liminar e uma decisão judicial que proíbem a realização desses shows aqui no local. Seria uma flexibilização e deixa os moradores do Pacaembu muito temerosos”, afirmou Rodrigo Mauro.
A Prefeitura confirma que o estádio poderá receber eventos desde que cumpram as normas que respeitam o nível de barulho em área residencial.
“Hoje já é permitido realizar shows e atividades culturais no estádio, desde que respeitados os limites de ruído exigidos pelo acordo com o Ministério Público. Portanto, não há proibição, mas decisão judicial que determina que os eventos ocorram dentro das normas da ABNT. Mesmo com a concessão todas as normas serão mantidas”, diz nota da Prefeitura,
“Poderão acontecer eventos de entretenimento e eventos culturais de pequeno porte como já podem acontecer hoje desde que se obedeça a norma da ABNT que respeita o conforto da vizinhança e está de acordo com a decisão judicial vigente não muda nada”, afirmou o secretário de Desestatização Wilson Poit.
O projeto de lei aprovado não menciona o que vai acontecer com as atividades esportiva que são oferecidas gratuitamente no estádio, mas a Prefeitura diz que o benefício será mantido, mesmo nas mãos de empresas privadas.